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Blog do Juca Kfouri

Adiós, España!

Juca Kfouri

18/06/2014 17h54

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Ao optar por deixar Valdivia no banco contra a Espanha no Maracanã chileno, o técnico Jorge Sampaoli mostrou que ser audacioso não é ser irresponsável.

Ao precisar mais de aplicação do que de fantasia, o treinador argentino da seleção andina tratou de pressionar os campeões mundiais que quase sofreram o primeiro gol ainda no primeiro minuto de jogo.

Uma Espanha cabisbaixa, com o fabuloso, e decadente, Xavi, na reserva, ainda conseguiu equilibrar o belo embate e esteve perto de seu gol quando o goleiro Bravo salvou nos pés de Xabi Alonso.

Mas, aos 19, no erro de passe de Xabi Alonso, os chilenos armaram o contra-ataque e, em ritmo de linha de passe, com Vargas, fizeram o 1 a 0 que eliminava a Espanha da Copa.

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Até o fim do primeiro tempo o equilíbrio era marca do jogo, sem maiores chances de ambos os lados, mas, aos 43, Aránguiz pegou o rebote de um soco mal dado na bola por Casillas e os chilenos fizeram o segundo gol, que praticamente selava a sorte espanhola e classificava tanto o Chile quanto a Holanda para as oitavas de final.

Holanda que não terá Van Persie na decisão do primeiro lugar do grupo contra o encantado Chile.

No enfrentamento das "Rojas", estava tudo azul para a pátria de Pablo Neruda, enfim vencendo pela primeira vez, no 11o. confronto, a seleção de García Lorca que havia saído vencedora oito vezes.

Pena que a segurança do COL tenha falhado mais uma vez e torcedores chilenos tenham invadido o centro de imprensa do Maracanã, numa enorme confusão e quase uma centena de detidos.

Mas, lembre-se, do que você já leu aqui dezenas de vezes, o chefe de segurança do Padrão Baka é um tal Hilário…

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Xabi Alonso, amarelado por cartão, nem voltou para o segundo tempo.

Por pouquíssimo, embaixo do gol, Busquets não diminuiu.

A "Roja" espanhola voltava a ser a "Fúria", disposta a vender caro a eliminação, mas esbarrando na maturidade da "Roja" chilena, que acabou mais perto de ampliar do que de sofrer o primeiro gol.

Valdivia entrou aos 39 para enrolar o jogo, algo que faz com maestria.

O único consolo espanhol está em que hoje, ao menos, não aconteceu a humilhação sofrida diante da Holanda.

Mas as piores previsões foram confirmadas: a Espanha não se renovou, envelheceu, decaiu e agora já faz a malas antes de enfrentar a Austrália numa melancólica despedida precoce.

Lembrou a Seleção Brasileira de 1966, campeã mundial quatro anos antes e eliminada na fase de grupos.

No mesmo Maracanã que em 1950 cantou as "Touradas de Madrid", parara-timbum-timbum, e, no ano passado, a viu atropelada pelos brasileiros na decisão da Copa das Confederações, a Espanha disse adeus à Copa de 2014.

Ah, se Diego Costa tivesse escolhido disputá-la pelo Brasil…

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/