Retrato do futebol brasileiro
O Grêmio, de ótima campanha na Libertadores, perdeu pela primeira vez neste ano com seu time titular, derrotado pelo São Paulo de Rio Grande no Gauchinho.
Nada grave, porque não afeta sua liderança.
Mas gravíssimo pelas circunstâncias.
Nem se trata de imputar a derrota ao segundo gol dos anfitriões, num pênalti cuja falta, bem marcada, foi fora da área.
O executivo gremista Rui Costa disse o diabo e mais um pouco do apitador, mas releve, imagine que ele não seja o mau elemento descrito pelo dirigente, aceite que ele apenas errou.
O gravíssimo está no gramado, se é que se pode chamar aquilo de gramado, do estádio Aldo Dapuzzo.
Elegante, o técnico Enderson Moreira atribuiu a derrota ao melhor desempenho do rival, sem deixar de criticar duramente o pasto.
Mas disse que na semana que vem, quando o Grêmio jogará três vezes, na quarta-feira, na sexta e no domingo, não exporá mais seus titulares por mais que quisesse prestigiar o estadual.
Além do mais porque, no meio da outra semana, terá o Newell's Old Boys, da Argentina, pelo torneio continental.
Cuidadoso, o treinador tratou de tirar Zé Roberto e Barcos no intervalo do jogo em Rio Grande, quando o jogo ainda estava 0 a 0.
Lembremos que a Federação Gaúcha de Futebol é presidida por Francisco Novolletto, que queria presidir a CBF em oposição a Marco Polo Del Nero.
Mas ao organizar um campeonato disputado em pisos sem condições e que obriga um Grêmio a jogar três vezes na mesma semana, o mínimo que se pode dizer dele é que, se fosse um número, seria o seis, como Del Nero é o meia dúzia.
Desalentador.
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