Se a Portuguesa sabia da suspensão...
…terá de ser punida com o rebaixamento.
Faz muito bem o Ministério Público em investigar se a Portuguesa sabia que Hevérton havia sido suspenso e assim mesmo o escalou, causando toda a confusão ora vivida no futebol brasileiro.
O MP tem os instrumentos investigativos que o jornalismo, incapaz até agora de ir além de teorias conspiratórias, não tem.
Mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Nem que se prove má fé da Lusa, o Estatuto do Torcedor terá sido cumprido no que diz respeito à publicação de suspensões e, como lei maior, é este que deve prevalecer.
A punição, portanto, haverá de ser por fraude e isso, nem com gravações das conversas entre Ivens Mendes e os presidentes do Atlético Paranaense e do Corinthians, Mário Celso Petraglia e Alberto Dualib respectivamente, em 1997, foi provado então.
Argumentou-se à época que não só ambos não eram réus como, ao contrário, foram vítimas de chantagem do diretor de arbitragem da CBF.
Os cartolas até foram suspensos, mas seus clubes poupados do rebaixamento obrigatório caso se comprovasse a manipulação de resultados.
Além do mais, se ponderou que as gravações eram ilegais, por não autorizadas pela Justiça.
O resultado acabou sendo a espúria solução de salvar Bragantino e Fluminense do rebaixamento pelos resultados que os dois obtiveram em campo e a manutenção de paranaenses e paulistas na Série A.
Admitindo-se a hipótese de a Lusa ter participado de uma fraude, sua atual direção certamente argumentará que nem mesmo o crime praticado pela direção anterior anula o fato de não ter havido a comunicação formal como exigida pelo Estatuto do Torcedor.
E entregará o ex-presidente para ser punido, como foram os cartolas do Atlético Paranaense e do Corinthians.
Para inglês ver. E o mundo rir do Brasil.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/