Ponte fabulosa! Flamengo cirúrgico!
Quem esperava o Flamengo recuado na Vila Capanema, esperou errado.
Porque os cariocas foram para cima do Furacão e foram os primeiros a criar perigo, além de ficar muito mais tempo com a bola.
Quem esperava a Ponte Preta recuada no Morumbi, esperou certo.
Porque os campineiros ficaram atrás enquanto o São Paulo dava a sensação de estar para fazer o gol a qualquer momento, apesar da retranca.
Mas, aos 17, em Curitiba, Marcelo, pelo meio, soltou uma bomba que pôs o rubro-negro paranaense na frente.
E, aos 20, em São Paulo, também de fora da área, mas mais com jeito que com força, Ganso botou o tricolor adiante.
Dois golaços!
Aos 30, Amaral fez para o Mengo o gol que Marcelo havia feito para o Furacão, além de belíssimo, importantíssimo, porque fora de casa.
Já o São Paulo teve com Ademílson a chance do segundo gol e Rogério Ceni, aos 32, teve de fazer boa defesa.
O equilíbrio do duelo nacional pela final da Copa do Brasil se repetia no duelo nacional pela semifinal da Copa Sul-Americana.
Dois bons jogos, diga-se.
A torcida do Flamengo se fazia ouvir e a da Ponte, quando tentava, era abafada.
Mas os rubro-negros da Gávea, que já tinham perdido André Santos no meio do primeiro tempo, perderam também Chicão, ambos machucados, trocados por João Paulo e Samir.
Enquanto isso, Antônio Carlos fez, contra, o gol qualificado para a Ponte Preta, cuja torcida, agora sim, no fim dos 45 minutos iniciais, se fazia ouvir.
A jogada foi toda de Uendel, pela esquerda.
Os primeiros de quatro tempos terminaram muito bem para os visitantes.
Como era de se esperar, o Furacão começou o segundo tempo pressionando e Felipe teve de se virar para defender uma cabeçada de Luís Alberto.
Mas de maneira absolutamente inesperada, a Ponte Preta foi para cima do São Paulo e de tanto tentar conseguiu virar, logo aos 9, com Leonardo , no rebote de um milagre de Ceni em chute de Rildo.
A Macaca fazia chover no Morumbi. E muito.
E o São Paulo que havia, estranhamente, voltado com o marcador Wellington no lugar do atacante Lucas Evangelista, tirou Luís Fabiano do banco para jogar no lugar de Maicon, com o que a capacidade de ligação ficou prejudicada.
Porque o inesperado fazia uma surpresa diante de mais de 53 mil torcedores.
Não é que, aos 25, Uendel chutou do bico da área, a bola desviou em Wellington e matou Ceni, para fazer 3 a 1?
Impressionante!
Para segurar a vitória, a Ponte trocou Felipe Bastos e Elias para as entradas de Chiquinho e Magal.
Welliton entrou no lugar de Ademílson, fruto do desespero de Muricy Ramalho.
A chuva lavava a alma campineira, humilhada pela recusa são-paulina em jogar o jogo de volta no Moisés Lucarelli.
O jogo pegava fogo mesmo sob aguaceiro e a torcida da zebra, isto é da Macaca, se fazia ouvir num animado olé.
Depois de derrotar o Criciúma, em Criciúma, e o Velez Sarsfield, em Buenos Aires, a Ponte aprontava sobre o Soberano e ainda via Roberto fazer milagre em cabeçada de Luís Fabiano, e César e Artur salvar duas vezes na linha fatal, em arremates do Fabuloso e de Welliton, na pequena área.
Expressionante!
O goleiro Roberto se machucou e Edson Bastos entrou na fogueira, ou na chuva, para não se queimar.
A Ponte pode perder por 2 a 0 em Mogi Mirim. Quem diria?
Eu, definitivamente, não!
"Festa na favela", cantava a torcida da Macaca, encharcada de justa felicidade.
Em busca da vitória, Mancini tirou Pedro Botelho e pôs Delatorre no jogo, diante de 16 mil torcedores.
O Flamengo administrava o empate, na dele.
De vez em quando, até assustava o goleiro atleticano e, na verdade, jogava melhor como visitante.
Quando o jogo dos anfitriões encaixava, Felipe resolvia com boas defesas.
O Mengo jogará por um 0 a 0 no Maracanã.
Noite dos visitantes e suas surpresas.
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