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Blog do Juca Kfouri

Ponte fabulosa! Flamengo cirúrgico!

Juca Kfouri

20/11/2013 23h46

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Quem esperava o Flamengo recuado na Vila Capanema, esperou errado.

Porque os cariocas foram para cima do Furacão e foram os primeiros a criar perigo, além de ficar muito mais tempo com a bola.

Quem esperava a Ponte Preta recuada no Morumbi, esperou certo.

Porque os campineiros ficaram atrás enquanto o São Paulo dava a sensação de estar para fazer o gol a qualquer momento, apesar da retranca.

Mas, aos 17, em Curitiba, Marcelo, pelo meio, soltou uma bomba que pôs o rubro-negro paranaense na frente.

E, aos 20, em São Paulo, também de fora da área, mas mais com jeito que com força, Ganso botou o tricolor adiante.

Dois golaços!

Aos 30, Amaral fez para o Mengo o gol que Marcelo havia feito para o Furacão, além de belíssimo, importantíssimo, porque fora de casa.

Já o São Paulo teve com Ademílson a chance do segundo gol e Rogério Ceni, aos 32, teve de fazer boa defesa.

O equilíbrio do duelo nacional pela final da Copa do Brasil se repetia no duelo nacional pela semifinal da Copa Sul-Americana.

Dois bons jogos, diga-se.

A torcida do Flamengo se fazia ouvir e a da Ponte, quando tentava, era abafada.

Mas os rubro-negros da Gávea, que já tinham perdido André Santos no meio do primeiro tempo, perderam também Chicão, ambos machucados, trocados por João Paulo e Samir.

Enquanto isso, Antônio Carlos fez, contra, o gol qualificado para a Ponte Preta, cuja torcida, agora sim, no fim dos 45 minutos iniciais, se fazia ouvir.

A jogada foi toda de Uendel, pela esquerda.

Os primeiros de quatro tempos terminaram muito bem para os visitantes.

Como era de se esperar, o Furacão começou o segundo tempo pressionando e Felipe teve de se virar para defender uma cabeçada de Luís Alberto.

Mas de maneira absolutamente inesperada, a Ponte Preta foi para cima do São Paulo e de tanto tentar conseguiu virar, logo aos 9, com Leonardo , no rebote de um milagre de Ceni em chute de Rildo.

A Macaca fazia chover no Morumbi. E muito.

E o São Paulo que havia, estranhamente, voltado com o marcador Wellington no lugar do atacante Lucas Evangelista, tirou Luís Fabiano do banco para jogar no lugar de Maicon, com o que a capacidade de ligação ficou prejudicada.

Porque o inesperado fazia uma surpresa diante de mais de 53 mil torcedores.

Não é que, aos 25, Uendel chutou do bico da área, a bola desviou em Wellington e matou Ceni, para fazer 3 a 1?

Impressionante!

Para segurar a vitória, a Ponte trocou Felipe Bastos e Elias para as entradas de Chiquinho e Magal.

Welliton entrou no lugar de Ademílson, fruto do desespero de Muricy Ramalho.

A chuva lavava a alma campineira, humilhada pela recusa são-paulina em jogar o jogo de volta no Moisés Lucarelli.

O jogo pegava fogo mesmo sob aguaceiro e a torcida da zebra, isto é da Macaca, se fazia ouvir num animado olé.

Depois de derrotar o Criciúma, em Criciúma, e o Velez Sarsfield, em Buenos Aires, a Ponte aprontava sobre o Soberano e ainda via Roberto fazer milagre em cabeçada de Luís Fabiano, e César e Artur salvar duas vezes na linha fatal, em arremates do Fabuloso e de Welliton, na pequena área.

Expressionante!

O goleiro Roberto se machucou e Edson Bastos entrou na fogueira, ou na chuva, para não se queimar.

A Ponte pode perder por 2 a 0 em Mogi Mirim. Quem diria?

Eu, definitivamente, não!

"Festa na favela", cantava a torcida da Macaca, encharcada de justa felicidade.

Em busca da vitória, Mancini tirou Pedro Botelho e pôs Delatorre no jogo, diante de 16 mil torcedores.

O Flamengo administrava o empate, na dele.

De vez em quando, até assustava o goleiro atleticano e, na verdade, jogava melhor como visitante.

Quando o jogo dos anfitriões encaixava, Felipe resolvia com boas defesas.

O Mengo jogará por um 0 a 0 no Maracanã.

Noite dos visitantes e suas surpresas.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/