É fácil enganar a presidenta

Não se pode exigir que quem preside um país, governa um estado ou comanda uma cidade entenda de tudo.

De formação de atletas, então…

Pegue o programa Segundo Tempo – Forças no Esporte, do governo federal e coordenado pelo ministério da Defesa, pois reúne as três armas, Aeronáutica, Exército e Marinha.

Recentemente reforçado por uma verba de R$ 11 milhões para tentar atingir 15 mil crianças e adolescentes até os 17 anos nas áreas de fronteiras, o Profesp, dirigido pelo comandante José Ferreira de Barros, se orgulha de centros de treinamento como o de Garanhuns, em Pernambuco, terra do ex-presidente Lula.

Embora seja impossível precisar quantos jovens o programa atende (o comandante Barros falou em 14 mil para o blog, mas nota do ministério da Defesa para o blog fala em 12 mi), o Profesp tem sido cantado em prosa e verso como exemplar.

À presidenta Dilma Rousseff foi dito, e até entregue um DVD com a informação, que em Garanhuns treinara, antes de atingir o oitavo lugar na Olimpíada de Londres, e o sétimo no Mundial de Atletismo em Moscou-2013, o maratonista paulista Paulo Roberto de Paula.

Acontece que o atleta, que é 3o. sargento do Exército, jamais treinou em Garanhuns antes dessas competições e foi usado para enganar a presidenta. Na verdade, no Brasil, ele treinou em Campos de Jordão.

Apertados pelo blog, tanto o comandante Barros como o maratonista admitiram a inverdade, embora diversos relatos oficiais, inclusive um destinado especialmente ao blog, informem que Paulo de Paula treinou durante um ano na cidade.

Dos R$ 11 milhões para reforçar o Profesp, a maior parte é de responsabilidade do ministério do Desenvolvimento Social e R$ 5 milhões foram provenientes do ministério do Esporte.

Há relatos de que o Profesp tem garantido um padrão de vida acima dos salários de quem gravita em torno dele, algo que o novo Autoridade Pública Olímpica, general Fernando Azevedo e Silva, pode constatar, até por ser ligado ao comandante Barros.