Brasil bate na bola e apanha na pancada
Os coreanos continuam correndo. E batendo.
Se antes batiam por, digamos, falta de habilidade, agora batem por maldade.
E logo pedem desculpas, cinicamente.
Continuam, também, apanhando.
Como apanharam no primeiro tempo, por 1 a 0, depois que em nova falta, a de número nove, em Neymar, ele mesmo bateu e o goleiro aceitou, no finzinho.
Não foi um primeiro tempo brilhante, nem podia, porque o time brasileiro claramente padecia com os problemas do fuso horário, conta que a Seleção ainda paga aos contratos feitos por Ricardo Teixeira e que José Maria Marin mantém, para justa irritação de Felipão, que botou a boca no trombone.
Jô, então, que, como Jefferson, viajou do Brasil para Seul, parecia um zumbi, com mais dificuldade que os companheiros que embarcaram na Europa, com "apenas" sete horas de diferença, não 12 como para Brasília.
Se não bastasse o desgaste físico, o gramado também não ajudava, surpresa desagradável porque se a Coréia do Sul não tem culpa das lambanças suspeitas de nossa cartolagem predadora e está onde sempre esteve no mapa mundi, o piso pintado e remendado não é típico dos hábitos asiáticos.
Mesmo assim, no começo do segundo tempo, já com Ramires no lugar de Hulk, Paulinho enfiou grande bola para Oscar driblar o goleiro e fazer 2 a 0.
Com a desvantagem acentuada, os coreanos corriam e marcavam do mesmo modo, mas passaram a bater menos, o que deu à etapa final um ar mais amistoso que o visto na primeira.
Aos 23 minutos, a Seleção Brasileira começou a ser mexida para valer, com as entradas de Lucas Leiva e Hernanes nos lugares de Luis Gustavo e Paulinho.
Com o meio de campo de fôlego novo, a defesa do 2 a 0 ficava mais segura.
Por falar em defesa, David Luiz jogou demais atrás, como Neymar, na frente.
Aos 33, Bernard entrou no lugar de Oscar e em seguida Maxwell substituiu Marcelo.
A próxima parada será em Pequim, no Ninho do Pássaro, na terça-feira, contra a Zâmbia.
Certamente com o time mais adaptado.
Mas valeu, porque Jefferson não precisou trabalhar e, mesmo com tudo contra, a Seleção mandou no jogo, com 70% de posse de bola.
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