A verdadeira discussão é na Fifa
Parece piada de salão a CBF acusar quem quer que seja de ter feito uma opção por razões financeiras.
Porque o dinheiro é tudo que inspira a CBF , de cima para baixo e vice-versa.
A verdadeira discussão em torno das naturalizações é outra, sobre o risco de descaracterizar ainda mais as Copas do Mundo.
Se o mundo globalizado já fez dos clubes europeus verdadeiras legiões estrangeiras onde, às vezes, não há sequer um jogador do país entre os titulares, o mesmo poderá se dar entre as seleções, como, por exemplo, já aconteceu no futsal.
A Espanha disputou a Copa do Mundo de 2008 com nada menos que três brasileiros naturalizados e foi bicampeã mundial em 2000/04 com gols de brasileiros natos como Daniel e Marcelo.
Como já se especulou, amanhã, se nada mudar, um país como o Qatar pode fazer sua seleção só com estrangeiros naturalizados.
Aí, mais que nunca, não fará sentido tocar os hinos nacionais antes dos jogos, porque ninguém saberá cantá-los.
Mas não venham com demagogias patrioteiras, porque se José Maria Marin for símbolo de patriotismo, melhor ir morar no inferno.
Além do mais, a CBF não é uma entidade privada como gosta de dizer para se eximir de ser investigada?
E desde quando é patriótico defender uma empresa privada?
Aliás, uma moção de desagravo a ele, Marin, acaba de ser rejeitada, por unanimidade, na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo.
Os sete deputados integrantes da comissão rejeitaram a moção do obscuro deputado Campos Machado (PTB).
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