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Blog do Juca Kfouri

Mineirão teve o jogo que queríamos ver

Juca Kfouri

19/09/2013 06h55

Os 45 mil felizardos que foram ontem ao Mineirão, e os não sei quantos milhões que viram Cruzeiro x Botafogo na televisão, exceção feita aos botafoguenses, foram dormir felizes da vida e estão acordando agradecidos por terem visto um belo jogo de futebol.

O resultado final de 3 a 0 revela uma facilidade que o jogo não mostrou, embora a vitória cruzeirense tenha sido irretocável.

Porque o futebol é assim mesmo.

Tanto o Cruzeiro quanto o Botafogo criaram chances claras de gol no primeiro tempo, com boas defesas dos dois goleiros, embora os mineiros criassem mais.

Aí, no fim do primeiro tempo, Nilton fez um golaço e o Cruzeiro foi para o intervalo já com sete pontos na frente do vice-líder Botafogo.

A pirâmide feita pelos cruzeirenses para comemorar o gol foi daquelas típicas de quem só pensa naquilo, em ser campeão.

Se para os donos da casa estava tudo azul, os visitantes queriam porque queriam o empate.

Porque o futebol é assim mesmo.

O Cruzeiro deu de presente para o Botafogo um pênalti bizarro nascido de um passe brilhante de Seedorf.

O maestro holandês pegou a bola como tinha mesmo de pegar, bateu num canto com o goleiro no outro, mas, para fora.

O Botafogo sentiu e o árbitro, em seguida, errou, ao dar outro pênalti, só que agora como presente dele, o apitador, ao Cruzeiro.

E Julio Baptista não errou para fazer 2 a 0.

Então, o Botafogo desmoronou, mas o jogo já estava a nove minutos do fim.

Aos 42, com o alvinegro todinho na frente em busca de uma reação heróica, o Cruzeiro roubou uma bola no meio de campo com Julio Baptista, ele mesmo deu para Dagoberto, recebeu de volta e fez 3 a 0, para alegria de sua torcida e de quem gosta de bom futebol.

É claro que os botafoguenses não acharam a menor graça, porque é impossível contentar a todos.

Ah, sim, outros alvinegros, os do Galo, também não curtiram.

Mas que foi um jogaço ninguém pode negar.

Comentário para o Jornal da CBN desta quinta-feira, 19 de setembro de 2013.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/