Gylmar, simplesmente o melhor de todos os tempos
Nunca houve um goleiro brasileiro como Gylmar dos Santos Neves.
Nem nunca mais haverá.
Talvez venha a existir algum goleiro que o iguale, ou mesmo o supere, bicampeão mundial que é como titular indiscutível da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, na Suécia e no Chile.
Mas com sua morte, aos 83 anos, morre também parte da infância e da adolescência de quem tem hoje 20 anos menos do que ele e cresceu vendo, extasiado, suas defesas, sua elegância, sua simpatia, e a confiança que depositava no próprio taco, capaz de falhar, olhar para os companheiros depois de limpar as mãos e o uniforme e mandá-los pra frente "porque aqui não entra mais nada".
Gylmar era alto, esguio, bonito, educado e um goleiraço, tanto do Corinthians, nos anos 50, quanto do Santos, nos 60.
Devastado por um AVC no começo deste novo século, não foi mais possível a comunicação sempre agradável que ele permitia.
O que não diminui a sensação de que com ele parte um bom pedaço da vida de quem teve o inestimável auxílio de Gylmar para se apaixonar por futebol.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/