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Blog do Juca Kfouri

Assa a batata de Maurício Assumpção no Fogão

Juca Kfouri

28/08/2013 16h35

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Aos poucos, revela-se que Maurício Assumpção está longe de ser o que aparenta e que enganou até muita gente boa.

Sua administração é um desastre.

Além de ter aumentado a dívida do Botafogo para, segundo os cálculos mais modestos, 600 milhões de reais, até a parte que estava consolidada, e permitia ao clube tocar sua vida sem maiores percalços, foi por água abaixo, porque o clube não cumpriu a chamada Ata Trabalhista, ao tentar ludibriar a Justiça do Trabalho.

Ao criar duas empresas, a Companhia Botafogo e outra para gerir o Engenhão, o Glorioso deixou de saldar seus compromissos na proporção real de seu faturamento, pois canalizava os recursos para tais empresas, disfarçando o as somas que entravam no clube.

Prática devidamente flagrada pela Justiça e que, registre-se, começou ainda antes da até hoje mal explicada interdição do estádio.

E mal explicada por quê?

Porque Assumpção entrou para a política mais miúda do Rio de Janeiro ao filiar-se ao PMDB do governador fluminense e do prefeito carioca, numa óbvia sinuca de bico, impedido de se manifestar e de defender o interesse do Botafogo com a veemência que o caso exigia.

O episódio da venda de Vitinho é apenas a gota d'água, mais uma prova da incompetência administrativa de quem, faz tempo, vem jogando para a plateia, até com lances melodramáticos.

Lembremos que logo no começo de sua gestão, em 2010, um empréstimo feito na CBF de 8 milhões de reais, mudou sua posição de apoio ao Clube dos 13 para ser candidato como vice-presidente da chapa de Kléber Leite, apoiado por Ricardo Teixeira e pela Globo Esporte.

Ali já ficava claro que, antes de pensar no Botafogo, Assumpção pensa apenas nele mesmo.

A diferença para agora é que muito mais gente, e dentro do clube, se deu conta disso.

Daqui por diante sua vida não será fácil.

Porque como já dizia Abraham Lincoln, "você pode enganar uma pessoa por muito tempo, algumas por algum tempo, mas não consegue enganar a todas por todo o tempo".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/