Forró com tacos
A Seleção Brasileira, provavelmente movida pela comoção causada pela torcida no Castelão cantando o hino do Brasil à capela, fez 20 minutos quase perfeitos contra atônitos mexicanos.
Antes mesmo de fazer 1 a 0, logo aos 8 minutos, os amarelos já tinham criado boas chances de gol e Neymar mostrava estar com o diabo no corpo.
Seu gol, outra vez, foi uma pintura, de primeira, completando uma triangulação entre Hulk, Paulinho e Daniel Alves.
Aberto o marcador, deu a sensação de que haveria uma goleada, porque novas boas chances foram criadas e aplaudidas pela torcida.
Daí, estranhamente, pela metade do primeiro tempo, o time parou, o México gostou, tomou conta da bola e botou a defesa brasileira em má situação pelo menos três vezes.
Quando terminou o primeiro tempo, o México havia ficado 52% do tempo com a bola e nem se poderia dizer que foram os brasileiros que, de propósito, quiseram atrair o rival.
Felipão estava irritado e a torcida mais preocupada.
Mas o time voltou retomando o controle do jogo, embora nem de longe repetisse o que fizera no primeira tempo.
Mesmo assim, aos 9, quase Hulk amplia, em combinação com Neymar pela esquerda e, no minuto seguinte, de novo, pela direita em chute cruzado.
Em seguida, David Luiz salvou o empate.
E Oscar saiu para entrada de Hernanes, aos 16.
Paulinho deu um arranque sensacional, comeu uns quatro mexicanos, deu para Neymar e Corona defendeu ao pé da trave.
O jogo estava bom e será preciso dizer que o México fazia sua melhor apresentação em muito tempo como se, de fato, o jogo dele encaixasse mais com o jogo brasileiro do que o jogo brasileira encaixa com o mexicano (coisa de tenista que o blogueiro jamais foi…).
Equanto isso, fora do Castelão, o pau continuava a comer com dezenas de milhares de manifestantes tentando chegar ao estádio e enfrentando a Guarda Nacional.
O Castelão adorou que Lucas entrasse e aplaudiu, mas detestou que fosse no lugar de Hulk e protestou, aos 31.
O jogo estava indefinido e preocupava porque o México rondava, insinuante, a área brasileira.
O brasileiro de nascimento Giovani dos Santos tomou o diabo do corpo de Neymar e Jô tomou o lugar de Fred.
Mas Neymar retomou o diabo ao chapelar um zagueiro e o árbitro inglês ao mesmo tempo em linda jogada.
O jogo tinha até fantasia, mas seguia tenso.
Mas acalmou já nos acréscimos quando Neymar chamou dois mexicanos para dançar o forró, passou no meio deles e deu com chili para Jô fazer 2 a 0.
A Seleção Brasileira está nas semifinais da Copa das Confederações.
NOTAS
Júlio César, sem trabalho, 7, a nota inicial de quem joga na Seleção;
Daniel Alves ia muito bem até deixar a mão boba no rosto de um rival: 6,5;
Thiago Silva bem: 6,5;
David Luiz fez um partidaço, disparado o melhor da defesa: 8;
Marcelo deu um chapéu na área que quase custou caro: 6,5;
Luiz Gustavo foi outra vez cumpridor: 7;
Paulinho teve novos momentos de brilho:7,5
Oscar teve altos e baixos, luzes e sumiços: 6,5
Hulk é um leão: 7
Fred só aparece quando é essencial:6;
Neymar, um show em nome do verdadeiro futebol brasileiro: 8,5
Hernanes entrou e manteve o nível: 6,5
Jô entrou e fez mais um gol: 7
Lucas sem nota.
Felipão já deu a cara do time. Precisa arrumar a saída de bola: 7
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