A Copa das Manifestações
Foto:Daniel Kfouri
É velha a lição que ensina que nunca se deve subestimar a capacidade de entendimento do povo.
Porque quando menos se espera, ele se levanta e brada.
Às vezes até derruba presidentes, Fernando Collor que o diga.
Os governos federal, estaduais e municipais passaram os últimos anos fazendo o contrário do que disseram que fariam, seja na área da saúde, da educação, dos transportes ou dos investimentos nos estádios para a Copa do Mundo, que seria a Copa do capital privado e está sendo a do dinheiro público.
Daí se ouvir palavras de ordem ontem, quando calcula-se que 250 mil brasileiros foram às ruas, que diziam "Abaixa a tarifa, manda a conta para Fifa. A Copa, a Copa é enganação. Eu quero dinheiro pra saúde e educação".
Parecia que ninguém estava nem aí, não é, cada um pensando só no próprio umbigo.
Pois o resultado está aí, nas ruas, com cara de que não vai parar tão cedo por mais que o presidente da Fifa ache que o sentimento pelo futebol vai superar os protestos e Marco Polo Del Nero, como se quisesse botar mais fogo no Brasil como seu xará fez com Roma, perguntou: "Foram quantos que protestaram? Temos 199 milhões que estão trabalhando. E esses querendo atrapalhar", afirmou o cartola da Federação Paulista, da CBF e da Fifa.
É melhor que as autoridades deem as caras, porque bancar o avestruz numa hora dessas é a pior política.
Cenas como as vistas no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa do Rio ou
no Palácio dos Bandeirantes são capazes de encerrar carreiras políticas como um frango pode acabar com a vida de um goleiro.
Comentário para o Jornal da CBN desta terça-feira, 18 de junho de 2013.
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