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Blog do Juca Kfouri

Haja cerveja em Munique!

Juca Kfouri

25/05/2013 17h35

Há zeros a zeros e zeros a zeros.

Os primeiros, 99% das vezes, servem também como notas de jogos.

Os segundos são aqueles para torcedor nenhum botar defeito.

Como o entre Bayern e Borussia, em Wembley, com 86 mil torcedores.

Tão bom que o empate sem gols nos primeiros 45 minutos não precisou de um segundo de acréscimo.

Tão bom no impecável gramado londrino que os alemães dividiram o primeiro tempo em dois tempos.

A primeira metade dos amarelos e pretos de Dortmund, que criaram pelo menos quatro claras chances de gol, duas delas evitadas por grandes defesas de Neuer.

A segunda metade foi dos vermelhos de Munique, que criaram outras quatro, quando Weidenfeller
apareceu com defesas ainda mais impressionantes e o holandês Robben candidatou-se a vilão da decisão da Liga dos Campeões da Europa.

Para quem acha que os alemães jogam uma coisa parecida com futebol, novamente os dois finalistas da Liga mostravam que está mais que na hora de mudar certos conceitos.

Tudo bem que em campo tinha jogadores da Polônia, do Brasil, da França, Holanda, Espanha, Áustria, Croácia, República Checa e Bósnia, além de onze germânicos.

O intervalo também foi britânico, com exatos 15 minutos, para alegria do Big Ben.

O segundo tempo começou mostrando o Bayern mellhor e não demorou para abrir o placar, em grande combinação entre o francês Ribéry, Robben e o croata Mandzukic, aos 59.

Mas o brasileiro Dante fez uma lambança dantesca num pênalti pornográfico em Reus e Gundogan empatou em cobrança perfeita, oito minutos depois.

Na arquibancada, Mario Götze, já contratado de maneira anti-ética pelo Bayern, festejou o gol do seu ex-clube.

Os bávaros calaram e os auri-negros mantiveram-se enlouquecidos, mesmo depois que o sérvio Subotic salvou o segundo gol do Bayern, na linha fatal, ao chegar uma fração de décimo de segundo antes de Robben.

O jogo era eletrizante, lá e cá, com os vermelhos mais à vontade e mais perto da vitória, evitada pelo goleiro Weidenfeller.

Mas, aos 88, o deus dos estádios quis fazer justiça ao extraordinário Robben, que fez o gol do título, com raça e competência.

Em homenagem ao futebol, o árbitro deu mais três minutos para o mundo reverenciar o belo espetáculo.

Silêncio, enfim, em Dortmund, festa em Munique.

Nada a contestar.

Bayern Munique, pentacampeão europeu!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/