Mineirão vaia o Brasil atrasado e festeja o Chile com olé
Até empatar, aos 24 minutos, 1 a 1 com o Chile, gol de Réver cabeceando escanteio cobrado por Neymar, o Brasil levou um vareio dos andinos.
Que haviam aberto o placar com o zagueiro flamenguista González, aos 7, numa bobeada geral da defesa nacional, de Diego Cavalieri, inclusive, ele que, depois, impediria um gol chileno.
Mas o que chamava mesmo a atenção era a diferença do futebol que se viu ontem e hoje na Liga dos Campeões da Europa e o da Seleção Brasileira, com ligações diretas e erros constantes de passes.
O Chile ocupava os espaços com muito mais eficácia e parecia ter um jogador a mais, ganhando quase todas as sobras.
E não foram poucas as suas chances de fazer 2 a 0, só tomando o empate por acaso.
Ronaldinho deixava a desejar e Neymar, depois de mandar às nuvens o segundo gol brasileiro, em ótima jogada de Jean que o menino santista desperdiçou com força, em vez de usar o que tem de melhor, o jeito.
Com o que passou a ser marcado pelo Mineirão lotado.
O time brasileiro do primeiro tempo deixou muito a desejar.
André Santos é desses fenômenos que os técnicos precisam explicar, porque está longe de ser confiável.
Nem Ralf nem Paulinho rendiam a metade do que rendem no Corinthians e Leandro Damião se matava no ataque sem conseguir produzir nada de útil.
A sorte de Felipão foi que o Chile se assustou um pouco com o surpreendente empate e passou a respeitar mais o time dele, embora sempre seja necessário lembrar que enquanto os chilenos, embora com seu time B, estão em regime de competição nas eliminatórias, os brasileiros nem treinados estão.
A melhor jogada brasileira resultou numa bola na trave chutada por Jadson e os chilenos reclamaram um pênalti de Réver, que existiu.
Vaias aurgiram ao fim dos 45 minutos iniciais.
Henrique e Pato voltaram no segundo tempo nos lugares de Dedé e Damião.
Pato entrou tentando e Henrique entrou errando. Ansiosos.
Mas foi Henrique quem roubou uma bola no meio de campo, a bola acabou nos pés de Jadson, deste para Pato que recebeu na frente e entregou para Neymar virar o marcador, aos 9, em bela trama.
O Chile não se abalou e seguiu em sua toada até que, aos 18, o gremista Vargas empatou do meio da rua, em lindo gol, embora Henrique tenha virado de costas em vez de ir em direção à bola.
Era mais justo mesmo.
Fernando e Osvaldo entraram, aos 23, nos lugares de Ralf e Jadson.
Marcos Rocha substituiu Jean, em seguida.
Tudo que Mano Menezes já tinha visto, Felipão queria ver.
O que nenhum brasileiro, contudo, queria ver era o que se via: o Chile ainda melhor.
Neymar jogava com raiva desde o momento em que fôra vaiado, aos 34 do primeiro tempo, como voltou a ser aos 43, chamado de pipoqueiro
Mais de 53 mil pagantes, que tiveram dificuldade para chegar ao estádio, esperavam pela segunda vitória com Felipão, mas ela não vinha.
E, aos 37, voltaram as vaias, com olé à medida que o Chile tocava a bola.
Mesmo com três atleticanos no gramado…
Osvaldo sofreu pênalti aos 41 e o Chile teve um impedimento mal marcado em seguida.
Felipão está escaldado.
Em 2001 seu time perdeu até para Honduras na Copa América e, no ano seguinte, ganhou a Copa do Mundo.
Mas que é feia a crise, é.
O futebol da Seleção Brasileira está atrasado uns 10 anos, no mínimo.
Em tempo: o melhor momento no Mineirão aconteceu quando a TV mostrou a faixa "Galvão, cuidado com a dengue em BH".
Retrato perfeito do país da Copa.
(Em vermelho, atualizações às 17h depois de rever o jogo).
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