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Blog do Juca Kfouri

Os Índios do Brasil Olímpico

Juca Kfouri

24/03/2013 11h05

POR ALBERTO MURRAY NETO

No final dos Jogos Olímpicos em Londres, o Brasil, por seus governos e autoridades olímpicas, utilizou largamente a imagem do nosso índio, querendo mostrar ao mundo que aqui há respeito aos nativos, preservação da cultura e diversidade.

Pois bastou representantes da comunidade indígina serem obstáculo para os planos megalômanos da patota olímpica futebolística para sentarem o safarro neles.

E o cara de pau do governador do Rio, o parlapatão Sérgio Cabral (o filho), mentiu.

Disse que desalojar os índios do museu ao lado do Maracanã era uma exigência da FIFA que, oficialmente, negou.

A verdade é que a cartolagem olímpica e do futebol não queria nas cercanias do "templo do futebol" uma comunidade "maltrapilha e uma casa caindo aos pedaços."

O governo do Rio e a cartolagem querem envernizar a cidade e, para eles, índio não é motivo de orgulho.

É racismo, preconceito, crueldade, segregacionismo de uma elite que faz muito mal ao Brasil.

Essa mesma elite que passa por cima de famílias instaladas nos caminhos do "progresso esportivo brasileiro", pondo abaixo casas, escolas para construir "elefantes brancos" super faturados.

Foi assim no Panamericano de 2.007.

Está sendo assim na Copa do Mundo. E será igual nos Jogos Olímpicos.

No mesmo local em que índios do Brasil foram tirados de seu lar debaixo de vara, será construído um museu olímpico.

Um local que certamente será objeto de polêmica, de contas obscuras, como é tudo que fazem para "fomentar o esporte brasileiro."

Tamanho contrasenso.

Acho que os representantes das comunidades indígenas do nosso País deveriam enviar protesto formal à FIFA, ao COI e à ONU.

E muita atenção !!!!

A intenção do Pajé Olímpico é dar o nome de Carlos Arthur Nuzman ao Museu Olímpico!

O COI já havia manifestado seu desagrado.

Não podemos permitir isso.

Será outra briga.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/