O Papa na Ilha do Silêncio
Por ROBERTO VIEIRA
Jorge Mario Bergoglio nasceu na Argentina primeiro mundo.
Argentina River Plate e Pedernera.
Argentina dona da bola.
Mas Bergoglio preferiu o caminho jesuíta.
O Caminho de Assis.
O caminho dos pobres.
Bergoglio que abraçou a carreira sacerdotal.
No ocaso de La Maquina, em 1957.
Na crise de uma nação órfã de Perón.
Bergoglio Papa.
Conto de fadas.
Mas a realidade é cruel na terra do futebol.
Terra dos deuses Stefano, Maradona e Messi.
Na Argentina, nada é tão simples assim.
A realidade sempre corre melancólica como um tango.
No livro 'El Silencio'.
O jornalista argentino Horacio Verbitsky.
Denuncia episódio digno dos piores horrores do mundo contemporâneo.
1979.
Argentina campeã do mundo.
A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos.
Visita a Escola de Mecanica de La Armada.
Centro de detenção e tortura.
Vazia.
A Escola está vazia.
Nenhum prisioneiro.
Nenhuma prova.
Os prisioneiros escondidos na Ilha do Silêncio.
Propriedade de veraneio do Cardeal Jorge Mario Bergoglio.
Verdade?
Mentira?
Jesuítas e Videla?
Ditadura e Igreja?
Cristo e tortura?
A oração de São Francisco e o batismo de sangue?
Não julgueis para não sereis julgados.
O homem que circula de metrô na capital argentina.
O homem que fez a opção pelos pobres.
Chora e beatifica os cinco mortos no Massacre de São Patrício.
Nega de joelhos o silêncio e a Ilha.
Bergoglio ou Verbitsky?
Com a resposta o Espírito Santo…
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/