Bombonera brasileira
A melhor coisa da banalização deste Subclássico das Américas é ver argentinos e brasileiros jogando civilizadamente.
Provavelmente em função de tantos argentinos que jogaram ou estão jogando no Brasil.
Nesta noite na Bombonera, por exemplo, eram cinco argentinos nesta condição quando o jogo começou: Sebá, Guiñazu, Montillo, Martinez e Barcos.
Mas o jogo mesmo foi apenas razoãvel, e olhe lá.
Arouca foi o melhor dos brasileiros e por mais que Durval não tenha comprometido, é no mínimo estranho que Mano Menezes não tenha optado pela dupla de zaga do Galo, com Réver e Leonardo Silva.
É evidente, também, que Carlinhos é melhor que Fábio Santos, assim como, mesmo participando bastante do jogo, Thiago Neves não é jogador nem para o time B, que dirá para o principal.
Mas, enfim, como reconhece o próprio técnico brasileiro, este jogo mais confunde que esclarece.
Montillo foi o melhor dos hermanos numa seleção argentina mais B que a brasileira, frustrada pela atuação apagada da dupla de ataque Fred e Neymar.
Diego Cavalieri estreou sem trabalho e Mano Menezes ousou ao deslocar Jean para a lateral-direita e botar a revelação do Brasileirão, Bernard, para jogar com três atacantes no momento em que Lucas Marques se machucou e a Argentina saiu em busca da vitória.
A Bombonera a meia bomba só vibrou mesmo quando o árbitro chileno inventou um pênalti de Jean em Martinez que Scocco converteu, aos 36.
Mas dois minutos depois Jean pegou o rebote de um cruzamento de Bernard e o chute cruzado encontrou Fred bem colocado para empatar.
Aos 44, no entanto, um contra-ataque argentino acabou de novo nos pés de Scocco que fez 2 a 1, mesmo placar, mas para o Brasil, do jogo em Goiânia, e levou a decisão aos pênaltis.
Martinez, do Corinthians, bateu e Cavalieri, do Fluminense, defendeu.
Thiago Neves, do Flu, fez 1a 0 para o Brasil.
Montillo, do Cruzeiro, bateu em Buenos Aires e mandou a bola em Belo Horizonte.
Jean, do Flu, fez 2 a 0.
Sebá, ex-Corinthians, diminuiu.
Carlinhos, do Flu, bateu e perdeu.
Scocco empatou.
Fred, do Flu, fez 3 a 2.
O goleiro Orion empatou na quinta cobrança argentina.
E Neymar, do Santos, fez 4 a 3.
Com o que o Brasil ganhou a taça pela segunda vez seguida.
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