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Blog do Juca Kfouri

A Copa do Fuleco

Juca Kfouri

30/11/2012 10h31

POR ALVARO OLIVEIRA FILHO

Não sei quanto a vocês, mas eu achei genial o nome da mascote da Copa do Mundo no Brasil. FULECO…

Querem um nome que se identifique mais com a nossa Copa do que este?

Fuleco vai virar verbo, adjetivo, advérbio.

No próximo Enem podem se preparar para conjugar o verbo fulecar: eu fuleco, tu fulecas, ele fuleca, nós fulecamos, vós fulecais, eles fulecam. É questão certa.

Eu, por exemplo, comemorei a escolha do Brasil como sede da Copa.

Acreditei naquele discurso de que a Copa nos ajudaria a tomar vergonha na cara e começar a trabalhar com planejamento por um país melhor.

Acreditei fulecamente quando o ex-presidente Lula garantiu que teríamos estádios moderníssimos sem que fosse gasto um centavo sequer do dinheiro publico.

Conclusão?

Fulequei-me. Mas, sejam sinceros, não fui só eu. Vão dizer que vocês não se fulecaram também?

Fuleco é tão genial, que poderia virar sobrenome do presidente da CBF e do Comitê Organizador Local.

Já imaginaram? José Maria Fuleco.

Seria o máximo. Fuleco pode ganhar o mundo: Joseph Fuleco Blatter… Jerome Fuleco Valcke… Imaginem os cumprimentos: "Senhor Marín, o senhor está com uma gravata muito fuleca hoje"…

Querem fulecagem maior do que demitir o técnico da Seleção, prometer anunciar o nome do substituto em janeiro e refazer tudo às pressas, da noite para o dia?

A cúpula da CBF simplesmente não levara em consideração que haveria uma cerimônia oficial da Fifa neste sábado e que seria um vexame desfulecal a seleção-anfitriã não ter um técnico para representá-la.

Na hora da coletiva para apresentar o novo técnico e o novo coordenador-técnico, o presidente da CBF ainda consegue errar duas vezes o nome de Carlos Alberto Parreira… Presidente, o senhor precisa tomar fulecol para reativar a memória.

Amigos, acreditem, não poderia haver nome melhor.

No futuro, nossos netos e bisnetos poderão pesquisar nos sites: "2014, a Copa do Mundo Fuleca".

Tenho a impressão de que ainda vamos sentir orgulho deste nome, diferentemente dos padrinhos da mascote, que, de tanta vergonha, fizeram o batismo na calada da noite de um domingo chuvoso.

Não é uma bela fulecagem? É fantástico.

Publicado hoje no diário "Lance!"

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/