Vitória justa no Serra Dourada
Brasil e Argentina fizeram, no Serra Dourada solidário até quase o fim, um jogo bem disputado, com 37.871 torcedores.
Jogo leal, como tem acontecido nos últimos tempos, o que é muito bom.
Duro, marcado sem tréguas pelo time argentino, mais fraco que o brasileiro sem suas estrelas.
À espera de um erro ou de um contra-ataque, coisa que Martinez aproveitou com oportunismo, aos 19, para Paulinho responder, em impedimento, seis minutos depois.
O que permitiu ao time de Mano Menezes manter a cabeça e o domínio com mais de 70% de posse de bola.
Foram poucas emoções, mas um jogo de xadrez muito mais interessante que a goleada imposta à China.
No segundo tempo, como a retranca argentina permanecia inflexível, Mano Menezes começou a trocar, e pôs Thiago Neves no lugar de Jadson, depois Leandro Damião no de Luís Fabiano, e, aos 30, cometeu o erro de tirar Lucas e para botar Wellington Nem, claramente em busca de mais velocidade com um jogador descansado.
Tanto bastou para funcionar como senha para a torcida dar adeus a Mano e pedir a volta de Felipão.
O time sentiu, o empate pareceu definido, mas, aos 47, Desábato fez pênalti em Damião e Neymar, que não brilhou, bateu com categoria para dar a justa vitória, apesar do gol em impedimento, a quem mais a buscou por 2 a 1.
De tantas apresentações brasileiras, certamente esta foi das mais aceitáveis.
Desconsiderar o valor do adversário, quando composto por argentinos, é uma insanidade.
O problema, na verdade, esteve menos no jogo em si, e mais no conjunto da obra, insatisfatório até aqui, de Mano Menezes.
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