Ouro de Peralta
Esqueça o primeiro tempo em Wembley.
Com 28 segundos Rafael, o lateral do Manchester United que conhece o estádio, fez uma lambança que o centroavante Peralta aproveitou diante da impotência de Rômulo e o México fez 1 a 0.
O time brasileiro entrou em estado de choque, traumatizado como se a mãe tivesse morrido.
E só acordou depois dos 30, quando Hulk entrou no lugar de Alex Sandro, chutou a gol, brigou e chacoalhou o time, Neymar, inclusive, que não luzia.
Era a esperança de coisa melhor no segundo tempo.
De fato, o Brasil que voltou era outro, parecia até que o Brasil voltou, como os campeões e as campeãs de vôlei.
O México?
O México jogava como sempre e ganhava como nunca, pertinho do ouro.
Embromava, fazia cera, não ameaçava.
Mas se defendia como se jogasse handebol.
Aos 18, porém, foi a vez de Thiago Silva perder uma bola infantilmente e dar ao México o segundo gol, salvo pelo travessão em puxeta de Fabian.
Era fazer e botar o ouro no bolso.
Aos 25, saiu Sandro, entrou Pato, tudo ou nada.
Mas o México já tinha equilibrado as coisas, jogava melhor e até gol fizera, em impedimento porém, além de desperdiçar uma cabeçada sem que o goleiro brasileiro estivesse embaixo das traves.
Sim, o placar era justo e não havia do que reclamar a não ser de nós mesmos.
O segundo gol veio aos 29, em cobrança de falta e cabeçada livre de Peralta.
Mais de 86 mil torcedores viram os brasileiros ganharem o tri de prata, um gol de Hulk no fim e uma cabeçada que poderia valer a prorrogação mas que Oscar errou no segundo derradeiro.
Esqueça também, portanto, o segundo tempo.
Só não se esqueça de que o nosso futebol/CBF, anda mal faz tempo e de que não há luz no fim do túnel, porque se o roto Teixeira saiu quem entrou foi o esfarrapado Marin.
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