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Blog do Juca Kfouri

Ouro de Peralta

Juca Kfouri

11/08/2012 12h52

Esqueça o primeiro tempo em Wembley.

Com 28 segundos Rafael, o lateral do Manchester United que conhece o estádio, fez uma lambança que o centroavante Peralta aproveitou diante da impotência de Rômulo e o México fez 1 a 0.

O time brasileiro entrou em estado de choque, traumatizado como se a mãe tivesse morrido.

E só acordou depois dos 30, quando Hulk entrou no lugar de Alex Sandro, chutou a gol, brigou e chacoalhou o time, Neymar, inclusive, que não luzia.

Era a esperança de coisa melhor no segundo tempo.

De fato, o Brasil que voltou era outro, parecia até que o Brasil voltou, como os campeões e as campeãs de vôlei.

O México?

O México jogava como sempre e ganhava como nunca, pertinho do ouro.

Embromava, fazia cera, não ameaçava.

Mas se defendia como se jogasse handebol.

Aos 18, porém, foi a vez de Thiago Silva perder uma bola infantilmente e dar ao México o segundo gol, salvo pelo travessão em puxeta de Fabian.

Era fazer e botar o ouro no bolso.

Aos 25, saiu Sandro, entrou Pato, tudo ou nada.

Mas o México já tinha equilibrado as coisas, jogava melhor e até gol fizera, em impedimento porém, além de desperdiçar uma cabeçada sem que o goleiro brasileiro estivesse embaixo das traves.

Sim, o placar era justo e não havia do que reclamar a não ser de nós mesmos.

O segundo gol veio aos 29, em cobrança de falta e cabeçada livre de Peralta.

Mais de 86 mil torcedores viram os brasileiros ganharem o tri de prata, um gol de Hulk no fim e uma cabeçada que poderia valer a prorrogação mas que Oscar errou no segundo derradeiro.

Esqueça também, portanto, o segundo tempo.

Só não se esqueça de que o nosso futebol/CBF, anda mal faz tempo e de que não há luz no fim do túnel, porque se o roto Teixeira saiu quem entrou foi o esfarrapado Marin.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/