A Argentina é melhor no basquete
Num ginásio, enfim, à altura de receber os grandes craques do basquete mundial – coisa que não acontecia na Vila Olímpica – Brasil e Argentina disputaram um primeiro tempo de primeiro nível.
O quarto inicial, então, foi de tirar o folêgo, com uma vantagem brasileira de 26 a 23 e com Marcelinho Huertas jogando com o brilho que Ginobili e Scola têm e com Delfino em grande noite.
Mas os brasileiros eram melhores e Scola teve de sair porque fez duas faltas rapidamente.
No segundo quarto os argentinos tomaram conta e venceram por 23 a 14 ao impor um ritmo mais forte e quebrar o padrão dos brasileiros, que foram para o intervalo perdendo por 40 a 46.
Mas terríveis mesmo foram os primeiros três minutos do segundo tempo, quando os argentinos aumentaram a diferença para dez pontos como fruto de um verdadeiro enlouquecimento do time nacional, querendo resolver as jogadas à força e se dando, naturalmente, mal.
E sobrou um desafio nada desprezível para o quarto quarto, depois de um terceiro que só ficou equilibrado quando o time nacional começou a marcar pressão: tirar dez pontos de diferença, 64 a 54 para os argentinos, que fizeram 18 a 14 neste período.
O primeiro quarto tinha sido uma exceção.
E tudo que os brasileiros faziam com grande esforço, os argentinos desfaziam com suavidade, fruto de sua maioridade como equipe de basquete.
Aos trancos e barrancos, porém, ao faltarem 5m33s a diferença havia caído para apenas seis pontos.
Ao menos, o basquete brasileiro endurecia para o argentino muito mais que o vôlei argentino endureceu para o brasileiro, se é que isso é um consolo.
Mas tinha jogo e a diferença foi a dois pontos faltando pouco mais de 4m.
Por três vezes o ataque brasileiro desperdiçou bolas preciosas e a diferença voltou aos seis pontos.
Leandrinho fez uma cesta sensacional de três pontos e fez 71 a 74, faltando 1m46, numa finta seca que deixou um hermano no chão.
A bola do empate, na mão de Marcelinho Huertas, não deu certo: deu aro.
E ao faltarem 52s a diferença voltou aos cinco pontos.
Tinha jogo.
Mas o Brasil perdeu o ataque, fez a falta e Scola não perdoou: 78 a 71.
Fim de papo.
O basquete brasileiro voltou a existir, é fato.
Está entre os primeiros, mas ainda não no nível dos quatro melhores.
Agora é persistir com o trabalho de Ruben Magnano.
O jogo acabou 82 a 77.
Mas chamou a atenção a festa dos jogadores argentinos já longe da vista da torcida, o que deu a medida do respeito dedicado ao quinteto brasileiro.
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