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Blog do Juca Kfouri

A Argentina é melhor no basquete

Juca Kfouri

08/08/2012 17h49

Num ginásio, enfim, à altura de receber os grandes craques do basquete mundial – coisa que não acontecia na Vila Olímpica – Brasil e Argentina disputaram um primeiro tempo de primeiro nível.

O quarto inicial, então, foi de tirar o folêgo, com uma vantagem brasileira de 26 a 23 e com Marcelinho Huertas jogando com o brilho que Ginobili e Scola têm e com Delfino em grande noite.

Mas os brasileiros eram melhores e Scola teve de sair porque fez duas faltas rapidamente.

No segundo quarto os argentinos tomaram conta e venceram por 23 a 14 ao impor um ritmo mais forte e quebrar o padrão dos brasileiros, que foram para o intervalo perdendo por 40 a 46.

Mas terríveis mesmo foram os primeiros três minutos do segundo tempo, quando os argentinos aumentaram a diferença para dez pontos como fruto de um verdadeiro enlouquecimento do time nacional, querendo resolver as jogadas à força e se dando, naturalmente, mal.

E sobrou um desafio nada desprezível para o quarto quarto, depois de um terceiro que só ficou equilibrado quando o time nacional começou a marcar pressão: tirar dez pontos de diferença, 64 a 54 para os argentinos, que fizeram 18 a 14 neste período.

O primeiro quarto tinha sido uma exceção.

E tudo que os brasileiros faziam com grande esforço, os argentinos desfaziam com suavidade, fruto de sua maioridade como equipe de basquete.

Aos trancos e barrancos, porém, ao faltarem 5m33s a diferença havia caído para apenas seis pontos.

Ao menos, o basquete brasileiro endurecia para o argentino muito mais que o vôlei argentino endureceu para o brasileiro, se é que isso é um consolo.

Mas tinha jogo e a diferença foi a dois pontos faltando pouco mais de 4m.

Por três vezes o ataque brasileiro desperdiçou bolas preciosas e a diferença voltou aos seis pontos.

Leandrinho fez uma cesta sensacional de três pontos e fez 71 a 74, faltando 1m46, numa finta seca que deixou um hermano no chão.

A bola do empate, na mão de Marcelinho Huertas, não deu certo: deu aro.

E ao faltarem 52s a diferença voltou aos cinco pontos.

Tinha jogo.

Mas o Brasil perdeu o ataque, fez a falta e Scola não perdoou: 78 a 71.

Fim de papo.

O basquete brasileiro voltou a existir, é fato.

Está entre os primeiros, mas ainda não no nível dos quatro melhores.

Agora é persistir com o trabalho de Ruben Magnano.

O jogo acabou 82 a 77.

Mas chamou a atenção a festa dos jogadores argentinos já longe da vista da torcida, o que deu a medida do respeito dedicado ao quinteto brasileiro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/