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Blog do Juca Kfouri

O maior dos campeões

Juca Kfouri

05/07/2012 12h00

CAMPEÃO INVICTO, o Corinthians se iguala ao Santos de 1963, embora Pelé & cia tenham jogado apenas quatro jogos -uma vitória e um empate com o Botafogo, sem Mané Garrincha, e duas vitórias sobre o Boca Juniors.

Agora, só sete clubes ganharam sem derrota -e desde 1978 que a façanha não era atingida.

O Corinthians, como se sabe, disputou e não perdeu nenhum dos 14 jogos. E deixou pelo caminho o Vasco campeão de 1998, o Santos tri e o Boca hexa. Certamente este time corintiano não é o melhor dos campeões brasileiros na Libertadores, mas se tornou o maior deles.

Porque o Santos de Pelé, o Cruzeiro de 1976, o Flamengo de Zico, o São Paulo de Telê Santana e Raí, o Palmeiras de Felipão e Alex, o São Paulo de Paulo Autuori e Rogério Ceni de 2005 e o Santos de Neymar no ano passado tinham times melhores, assim como o bicampeão Inter era do mesmo nível e por aí afora.

Verdade que o Grêmio, em 1983, também superou três campeões: Flamengo, Estudiantes e Peñarol. Que o Vasco, em 1998, passou por Grêmio, Cruzeiro e River Plate.

Que o Palmeiras, em 1999, derrotou Olimpia, Vasco e River Plate.

E que o Santos, no ano passado, eliminou Colo-Colo, Once Caldas e Peñarol.

Mas o Corinthians venceu campeões maiores, que somam dez títulos -e invicto o dobro de jogos dos maiores invictos.

Sim, o próprio Corinthians, com times superiores, não conseguiu ganhar no começo do século, o que apenas aumenta a façanha deste time que Tite conduziu com serenidade.

Oswaldo Brandão e Basílio, em 1977; Nelsinho Baptista e Neto, em 1990; Osvaldo de Oliveira e um timaço em 2000 têm agora companhia ilustre e cada um escolherá o seu herói.

Ralf que fez o gol do empate no último minuto na estreia e evitou uma crise.

Paulinho que fez no Vasco e roubou de Riquelme. Emerson e Danilo que despacharam o Santos.

Romarinho!

Cássio, Chicão e Leandro Cástan, todos que permitiram ao Corinthians sofrer tão poucos gols.

E a Fiel, é claro, que mais uma vez transbordou num Pacaembu que está se despedindo da vida do Timão, mas que entrou em sua história no IV Centenário de São Paulo, em 1954, sob a batuta de Cláudio, Luizinho e Baltazar para sair em grande estilo quase 60 anos depois.

Ontem fez sete meses da morte do Doutor Sócrates.

E ele apareceu no calcanhar de Danilo que valeu o passe do primeiro gol.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/