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Blog do Juca Kfouri

Bravo, meninada do Brasil!

Juca Kfouri

09/06/2012 17h57

Os meninos de Mano Menezes não mereciam ir para o intervalo perdendo de 2 a  1 para  os  maduros argentinos no ótimo primeiro tempo  disputado em Nova Jersey.

Sem Thiago Silva, time mais jovem não era possível.

Não mereciam pelo que jogaram, pelas oportunidades que criaram e pela injustiça cometida pela arbitragem que deixou de marcar dois pênaltis sobre Neymar.

Dois lances polêmicos, é verdade, mas que se fossem fora da área provavelmente seriam marcados.

E, mesmo assim, a derrota parcial tinha uma explicação simples: em dois vacilos no meio de campo significaram dois lançamentos para Lionel Messi  virar o jogo que era brasileiro com gol de Rômulo se aproveitando de falta cobrada por Neymar.

Foi  "só" e foi  tudo que o gênio argentino fez nos 45 minutos iniciais.

E precisava mais?

No time brasileiro apenas Leandro Damião  não jogava o que dele se esperava.

Independentemente do que acontecesse no segundo tempo, parece claro que o Brasil terá um belo time na Olimpíada, lembrando que os bicampeões olímpicos argentinos lá não estarão.

E no segundo tempo, em busca do empate, que pintava, a meninada dava espaço e os argentinos não paravam de ameaçar.

Mas, aos 10, linda combinação colorada e Damião, de pivô, deu para Oscar empatar.

Nada mais justo!

Aos 13, machucado, Oscar cedeu lugar a Giuliano. Uma pena.

Lionel Messi seguia discreto. O que preocupava, pois não.

E Damião, aos 19, desperdiçou enorme chance, o que bastou para Mano botar Alexandre Pato em campo.

Aos 26, no entanto, Hulk não falhou.

Em complemento a mais um bom escanteio batido por Neymar: 3 a 2!

Rômulo saiu e Casemiro entrou.

A virada brasileira durou pouco, porque, aos 30, em cobrança de escanteio por Aguero, que acabara de entrar, Fernandez subiu no terceiro andar e marcou o terceiro gol.

Que jogaço!

Além do mais, leal, como tem que ser um clássico do futebol mundial, sete títulos mundiais em campo.

Rafael Souza saiu e entro Danilo.

Aos 35, Fernandez salvou o quarto gol, que seria de Neymar.

No minuto seguinte, ele acordou!

Messi fez fila na defesa brasileira e foi derrubado por Danilo antes de entrar na área, na meia lua.

Lucas entrou no lugar de Hulk.

Messi bateu e quase virou de novo.

O menino Rafael fez bela defesa.

Mas, aos 39, Messi arrancou de novo, agora pela direita e na altura da meia lua, marcou simplesmente um golaço, quer dizer, um gol com a marca registrada de Lionel Messi, o melhor do mundo.

Sem comparações, só para registrar, Pelé também marcou três gols na Argentina, em 1963, numa vitória por 4 a 1, pela Copa Roca, no Maracanã. E foi contra o time principal…

O gênio pegou mais uma bola para levar para casa, como sempre faz quando marca três vezes.

E os meninos do Brasil voltaram para casa de cabeça erguida, porque jogaram uma partida exemplar.

A se lamentar, apenas, a confusão final entre Marcelo e Lavezzi, ambos expulsos.

O resultado também ficaria melhor com o empate.

Mas valeu!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/