E o apito ganhou da bola
Existe hoje em dia no Brasil uma estranha mania de em vez de se discutir futebol, discutir-se arbitragens.
E se todos acham que entendem de futebol mesmo sem entender, pior se dá com a arbitragem, que poucos entendem e olhe lá.
E agora o fenômeno não acontece apenas nos jogos domésticos.
Talvez injuriados com a clara supremacia do Barcelona, os pachecos verde-amarelos viram impedimento numa bola que Messi recebeu de um zagueiro do Milan e não aceitam o segundo pênalti porque dizem que é comum o agarra-agarra na área, como se todos os árbitros devessem ser coniventes com tal irregularidade.
Aí aparece um apitador que marca falta dentro da área do mesmo modo que marca falta fora da área e pronto: em vez de se falar sobre a clara vitória do Barcelona sobre o Milan só se fala do apito.
E quase todos ainda concordam em dizer que o time catalão é melhor, que jogou melhor e que não precisa de ajuda do apito.
Ora, se não precisa, e não precisa mesmo, porque tantos só querem falar disso da tal ajuda que nem sequer aconteceu?
Porque são pobres de espírito, além de ignorantes das regras do futebol, do qual pouco entendem e, pior, revelam não gostar.
Comentário para o Jornal da CBN desta quarta-feira, 4 de abril de 2012.
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