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Blog do Juca Kfouri

A Terra é do Santos! Barcelona é de outro planeta!!!

Juca Kfouri

18/12/2011 10h21

O santista pode sim se orgulhar por ter visto seu time na final no Japão, protagonista da bela cerimônia que antecedeu a decisão com o Barcelona, mostrada para o mundo inteiro.

No jogo, é verdade, foi coadjuvante, como se temia, e apenas viu o rival jogar.

Porque o Santos é deste planeta e o Barcelona não é.

O primeiro gol até que demorou a sair, aos 16, com Messi encobrindo Rafael sutilmente depois de uma matada escandalosamente bela de Xavi, de chaleira.

Daí em diante foi ficando cada vez mais fácil, com o próprio Xavi ampliando aos 23, com  Fàbregas mandando primeiro na trave, aos 28 e, depois, aos 44, marcando o terceiro gol, assim naturalmente.

Para piorar, aos 30, o Santos tinha trocado Danilo, machucado, por Elano.

Se o Al-Sadd tomou de 4, sem forçar, time, aliás, que superou o Kashiwa nos pênaltis na disputa pelo terceiro lugar, no intervalo já estava 3 contra o campeão da América. E ainda sem forçar.

Em menos de 10 minutos no segundo tempo o time catalão já criara mais três chances claras de gol, contra um contra-ataque perigoso brasileiro.

Era o Santos tratado como se fosse um Bétis qualquer, apenas para lembrar os que desdenham da facilidade do Campeonato Espanhol.

Aos 10, o Barça começou a poupar e trocou Piqué pelo ex-corintiano Mascherano e Xavi, de tanto brincar, entregou um gol para Neymar, que Valdes impediu.

Borges deu lugar a Alan Kardec e Thiago e Pedro, aos 33.

Pareceu que a ordem de Pep Guardiola no segundo tempo foi a de que só valia gol bonito, e o Barça foi perdendo gols por puro preciosismo.

Até que, aos 37, Messi fez o quarto, em jogada com Daniel Alves, num corta-luz belíssimo e uma finta minimalista sobre o goleiro Rafael: 4 a 0!

Sim, o Barcelona é chato.

Porque só ele quer jogar.

E só ele joga.

Aquela coisa de ser o dono da bola e querer mandar em tudo.

O pior é que manda.

68.166 torcedores no estádio de Yokohama se divertiram com tal chatice, até mesmo os santistas que, conformados, não pararam de gritar o nome dos campeões da Terra, com direito ainda de ver Daniel Alves mandar mais uma bola na trave, aos 34.

Na verdade ficou barato, porque 7 a 1 seria o placar mais verdadeiro.

Ao cabo, Neymar matou a pau: "Tomamos uma aula de futebol do melhor time do mundo".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/