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Blog do Juca Kfouri

No pedalar de uma bela história

Juca Kfouri

12/11/2011 12h01

Por ALESSANDRO GIANNINI

Considerado uma das lendas do esporte brasileiro, com uma carreira brilhante, Anésio Argenton foi um dos maiores ciclistas da história da modalidade e do Brasil, para provas de Pista (velódromo), tendo sido o único medalhista de Ouro em Jogos Panamericanos, em 1959, em Chicago, e o melhor resultado do ciclismo brasileiro na história das Olimpíadas – 5º colocado em Roma, 1960, na Prova de Velocidade Individual e 7º na Prova do Km contra o relógio.

Venceu todos os Jogos Abertos que disputou, de 1949 a 1956, foi tetracampeão brasileiro de velocidade (1952, 54, 55 e 58), tricampeão Sulamericano do Km contra o relógio e velocidade (1954, 56 e 59 – vice em 1952).

Participou ainda das Olimpíadas de Melbourne na Austrália em 1956, com a 7ª colocação na prova de velocidade.

O ex-ciclista, que residia na cidade de Araraquara desde os 5 anos de idade, foi considerado pela revista Época por ocasião de uma matéria sobre as Olimpíadas de Atlanta em 1996, um dos 100 maiores atletas do século XX, tendo inclusive vencido o recordista mundial da prova do Km contra o relógio de 1959, o venezuelano Antonio Demichelli, no campeonato Sulamericano de 1959, em Caracas.

Já nos últimos anos de carreira, ainda obteve a medalha de bronze nos Jogos Panamericanos de São Paulo, em 1963, sempre tendo que superar todas as dificuldades e condições de sua época, sendo considerado por todos os especialistas como uma das lendas do esporte e do ciclismo brasileiro.
Anésio Argenton tornou-se um ícone do esporte nacional e mundial, por sua carreira memorável marcada de fatos intrigantes e da extrema dificuldade de sua época.

Em seus feitos internacionais, a qualidade, tecnologia empregada, o peso das bicicletas para velódromo dos demais adversários de outros países eram incomparavelmente melhores do que as que ele utilizava; sem técnico, sem preparador físico, sem massagista, sem auxiliar, etc.

Um dia antes de ser internado para a retirada do tumor intestinal, no dia 16 de Setembro, a equipe da produtora 7 Filmes/ GaroaFina Produções, de São Paulo, veio à cidade de Araraquara para fazer as primeiras filmagens e entrevista com Argenton, para o Filme/Documentário que está sendo produzindo sobre sua vida e sua carreira.

Em seguida, aos 80 anos, Argenton faleceu, o que não impedirá que, em breve, a 7 Filmes lance o documentário, dirigido por Helio Fontana.

O trailer está aqui: [uolmais type="video" ]http://mais.uol.com.br/view/12267224[/uolmais]

 

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/