Entregar as faixas ou não...
A imagem acima foi feita em Madrid, mais exatamente no estádio Santiago Bernabeu, no dia 7 de maio de 2008, uma quarta-feira.
O Real Madrid, dono do estádio, havia vencido de virada, por 2 a 1, o Osasuna no domingo anterior e conquistado o Campeonato Espanhol pela 31a. vez, com três rodadas de antecedência.
O próximo adversário seria o maior rival, o Barcelona, do país catalão.
Uma rivalidade tão grande ou maior que a entre a dupla Gre-Nal, Galo e Cruzeiro, Fla-Flu, Flamengo e Vasco, Corinthians e Palmeiras, Corinthians e São Paulo, Ba-Vi, enfim…
Porque uma rivalidade que transcende o esporte, que envolve questões políticas e culturais.
Nem por isso o time catalão deixou de se perfilar como num corredor para saudar a entrada em campo dos campeões, no chamado pasillo.
Já no Brasil, algo semelhante, a entrega das faixas, vira objeto de uma discussão absurda, até com cartolas desprovidos de cérebro capazes de dizer que o gesto estimularia violência.
Estimula, isto sim, respeito, cavalheirismo, tratamento digno entre rivais, e não a humilhação entre inimigos.
Mas, para tanto, a Educação precisará passar por uma revolução no Brasil.
(Tudo isso a propósito da burra polêmica sobre se o Palmeiras poderia ou não entregar as faixas para o Corinthians, caso o rival viesse ou venha a ser o campeão brasileiro de 2011 neste domingo).
Na Inglaterra, berço do futebol moderno, acontece a mesma coisa, como se pode ver na foto abaixo, quando, no dia 9 de maio de 2006, o Mancheter United, em sua casa, o Old Trafford, fez o mesmo em relação aos campeões do londrino Chelsea, no que por lá se chama de guard of honour.
Homenagem retribuída, dois anos depois, pelos azuis aos vermelhos, no Stamford Bridge.
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/