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Blog do Juca Kfouri

A última jogada de Ricardo Teixeira

Juca Kfouri

27/11/2011 07h00

Foto: Buxixo

Olhe bem para esta foto.

Ela foi tirada na última terça-feira, por ocasião do jantar que o empresário José Victor Oliva (em pé, no meio, careca) ofereceu ao narrador Galvão Bueno, ao seu lado, taça de vinho na mão.

Note bem quem é a figura poderosa da imagem, o que está cercado pelos demais, no centro de tudo.

Sim, é ele, Andrés Sanchez, o ainda presidente do Corinthians, anunciado ontem como novo diretor de seleções da CBF.

Nos extremos opostos, à esquerda, o também empresário José Hawilla, e o cartola Ricardo Teixeira, uma relação que já foi sólida e que hoje quase que apenas mantém as aparências, tantos foram os tombos recentes sofridos pelo dono da Traffic.

Mas o essencial é mostrar como Teixeira aparece como coadjuvante, ao lado de Ronaldo Fenômeno, para entender o noticiário mais recente, que dá conta, também, de um convite do presidente da CBF e do COL para que o ex-jogador assuma o papel que Michel Platini fez na Copa da França e Franz Beckembauer desempenhou na Copa da Alemanha, como está na coluna Panorama Esportivo, de O Globo, de ontem.

Teixeira andava isolado a tal ponto que o deputado Romário o humilhou na Câmara dos Deputados e quase não houve reação da bancada da bola.

A Fifa até quis entregar sua cabeça a Dilma Rousseff que preferiu deixar o problema com a Fifa.

Externamente, Teixeira buscou os apoios de Jack Warner, da Concacaf, de Nicolás Leoz, da Conmebol, de Julio Grondona, da AFA e do quatari que a Fifa baniu, Bin Hammam, o homem que separou definitivamente Joseph Blatter de Teixeira.

E internamente, ao buscar sair dos holofotes, Teixeira, para voltar a ser o homem das sombras, das articulações de bastidores, chamou Sanchez para a CBF e Ronaldo para o COL.

E não há de ter sido à toa que disse, assim que tornou pública a contratação de Sanchez,  diante dos jornalistas, que era preciso telefonar para Lula para contar a novidade.

Ele sabe que ninguém que tenha a simpatia de Lula estará isolado no Brasil.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/