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Blog do Juca Kfouri

Ganso ou Neymar?

Juca Kfouri

22/06/2011 10h00

Por VITOR DINIZ*

Sempre que dois jogadores aparecem com "status" de craques em um mesmo time, logo surgem comparações.

É impossível conter as apostas e eventuais projeções para cada um deles.

Paulo Henrique Ganso e Neymar ganharam fama simultaneamente.

Hoje são tão "pops" quanto o último "hype do rock and roll", assim como Silas e Muller, no São Paulo de Cilinho e como Giovani e Romário, em um Vasco que era encantador nos anos 1980.

A dupla do Santos surgiu como protagonista de um time avassalador, justo do Peixe, talvez o clube que até hoje tenha nos brindado com os combos mais irresistíveis da história.

Dizer quem será melhor é impossível? Quais rumos suas carreiras terão também? Quem será mais bem sucedido no exterior? Quem brilhará mais com a camisa da seleção?

São perguntas que não escapam hoje a uma resposta hipotética.

Muita gente apostou errado em Gilmar Popóca e quem cunhou seu nome na galeria dos imortais foi seu parceiro rubro-negro Bebeto, que venceu o tetra em 1994.

Ganso é mais cerebral, o "dono" do time, o homem que pensa, um camisa 10 como há muito tempo nosso futebol não produzia.

Já Neymar é rápido, um atacante letal, que surpreende qualquer defesa com suas sacadas impagáveis e seu senso único de improviso.

Alguns tendem a achar que o armador é sempre mais maduro, lúcido e por isso tem mais chances de se firmar como craque.

Já outros acreditam que muitos gols e jogadas geniais conferem ao atacante um poder midiático maior, o tornado, o "The Next Big Thing" (como dizem na Inglaterra) do futebol mundial.

Nos outros três casos citados, os armadores, teoricamente mais intelectuais com a bola nos pés, não tiveram a mesma sequência vitoriosa que seus parceiros atacantes.

Muller foi mais feliz que Silas, e se tornou até um jogador de assistências mais tarde.

Bebeto maior que Gilmar, Romário não superou apenas Giovani, mas sim quase todos os outros craques de seu tempo.

Ganso é estiloso, nos faz chorar de emoção e nos traz um sabor setentista mágico em seus finos toques.

Já Neymar é urgente, moderno, e, com isso tudo, os dois só aumentam esta ótima dúvida, boa discussão para você também, pois a sorte é do Brasil por ter estes dois craques…

*Vitor Diniz é jornalista.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/