Tostão falou. E disse
TOSTÃO
A festa já aconteceu
A unificação dos títulos não aumenta os méritos de quem foi campeão antes de 1971 |
Na semana passada, me perguntaram muito sobre a unificação dos títulos nacionais antes de 1971, da Taça Brasil e do Robertão (Taça de Prata), com o Brasileiro.
Não dou a essa mudança nenhuma importância.
Sinto-me campeão do Brasil desde 1966, quando o Cruzeiro ganhou a Taça Brasil, já que era o mais importante título nacional.
Só vai mudar o nome.
Vivemos em um mundo simbólico, com preocupação excessiva em dar nomes a tudo.
O símbolo representa a coisa, mas nenhum símbolo é capaz de explicar a essência da coisa.
"O que saberás de mim é a sombra da flecha que atinge o alvo." (Clarice Lispector)
A unificação dos títulos não aumenta os méritos de quem foi campeão da Taça Brasil e do Robertão.
Não serei mais reconhecido por me tornar também artilheiro do Campeonato Brasileiro, já que fui o maior goleador do Robertão de 1970, com 12 gols.
Não é necessário ainda juntar todas essas competições para se contar corretamente a história.
Pelo contrário, as histórias são diferentes. Cada uma teve seu charme.
Se o Cruzeiro dá muito mais importância em ter dois títulos do Brasileiro, em vez de um e outro da Taça Brasil, o clube tem todo o direito e razão em comemorar.
Em 1966, eu já festejei bastante como campeão do Brasil.
Está tudo muito bem cuidado e guardado em minha memória.
Não preciso ir a outra festa.
(Trecho da coluna de Tostão do último domingo).
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