Que o STJD não faça mais besteiras
Nesta quinta-feira o STJD será palco de um duelo memorável.
De um lado Eurico Miranda, ex-deputado federal, cassado pelo eleitorado.
Do outro Luiz Estevão, ex-senador, cassado por falta de decoro.
Ambos vão medir forças para tentar manter seus clubes na Série B de 2011.
O Duque de Caxias, onde Miranda sobrevive, contratou o meia Leandro Chaves que na mesma Série B deste ano já havia atuado pelo Ipatinga e pelo Ipatinga recebido um cartão amarelo.
Só que o Duque de Caxias , depois de o jogador receber dois cartões amarelos já no novo time, manteve o atleta jogando, sem cumprir a suspensão automática, o que o levou a ser denunciado no STJD e, surpreendentemente, absolvido.
Mas houve recurso, que será julgado agora.
Nesse rolo todo o Duque de Caxias poderá perder no mínimo seis pontos e ser rebaixado no lugar do Brasiliense, de Luiz Estevão.
Eurico Miranda vai usar todo seu prestígio junto ao STJD para absolver o Duque Caxias e Luiz Estevão usará o dele para defender que a Capital Federal precisa ter pelo menos um time na Segundona.
O Duque de Caxias argumentará que o cartão não é cumulativo, ou seja, que não conta o que o atleta recebe em outro clube.
Difícil, no entanto, que tal entendimento prevaleça, pois não foi assim, por exemplo, que o Fluminense, campeão brasileiro, agiu em relação ao jogador Valencia, que chegou nas Laranjeiras trazendo um cartão que recebeu no Atlético Paranaense.
Assim que ele recebeu mais dois, já pelo Flu, tratou de cumprir suspensão no Fla-Flu.
Se o Duque de Caxias for absolvido, o Flu terá errado, porque, então, Valencia teria recebido o terceiro cartão pelo Flu sem cumprir suspensão em seguida.
Sim, porque, contra o Santos, Valencia recebeu o terceiro cartão jogando pelo Flu e, ao prevalecer o argumento do Duque de Caxias, deveria ter cumprido suspensão no jogo seguinte, contra o Cruzeiro.
Mais, portanto, do que a briga de dois ex-parlamentares que não honraram a vida política nacional nem a esportiva, está em jogo um entendimento que pode dar ao Cruzeiro o direito de pleitear o título brasileiro.
Que o STJD não faça mais uma lambança.
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