Flamengo x CBF: a Segunda Grande Guerra
Na última década do século passado, Márcio Braga, ainda em forma, e Ricardo Teixeira duelaram.
O então presidente do Flamengo não se conformou com uma mudança estatutária feita pelo cartola da CBF e foi à Justiça comum.
A Fifa, então, mandou a CBF dizer que ou o Flamengo tirava a ação ou o Brasil não disputaria a Copa do Mundo na Itália.
Pois Braga não só não retirou a ação como avisou a Fifa que iria acioná-la também, mas no Tribunal Internacional da Haia, onde, um dia, mas na primeira década do século passado, Ruy Barbosa brilhou e virou Águia.
Ameaçada, a Fifa sentiu o golpe, recuou, mandou a CBF se acertar com o Flamengo e o Brasil foi à Copa normalmente.
Pois agora ao cabo da primeira década do século 21, eis que Teixeira duela com outro presidente rubro-negro, uma presidenta mais propriamente, Patrícia Amorim.
Que soltou nota oficial virulenta para reagir à declaração de Teixeira, acusando-a de polemizar sobre o título brasileiro de 1987 apenas para encobrir sua incompetência, mesma suspeita dos desafetos do presidente da CBF que garantem que o anúncio da polêmica decisão de unificar os títulos nacionais foi apenas para tirar o foco das recentes denúncias contra ele feitas pela BBC e pelo diário "Lance!".
A nota oficial do Flamengo é virulenta e chega a dizer que "O justo reconhecimento do Flamengo como legítimo campeão de 1987, não traduz desrespeito à decisão judicial, não se justificando o temor do Sr. Ricardo Teixeira de ser preso, e se vier a sê-lo certamente não será por esta causa".
O blogueiro acompanhará a continuação do tiroteio em férias, por 30 dias, e agachado, para que nenhuma bala perdida o encontre desprevenido.
Comentário para o Jornal da CBN desta sexta-feira, 24 de dezembro de 2010.
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