61 minutos de tensão: e Flu bicampeão!!!
O clima nos vestiários do Engenhão (35.527 pagantes), Serra Dourada (28.917 pagantes) e Arena do Jacaré (16. 1911 pagantes) nos intervalos dos jogos do Fluminense, do Corinthians e do Cruzeiro só pode ter sido de terror.
Porque contra os reservas de Guarani, Goiás e Palmeiras os três líderes disputaram, no primeiro tempo, quem era mais ansioso.
O nervosismo imperou e faltou futebol.
O Flu deu pena, apesar de ser evidente a imoral mala branca que estimulava o Bugre.
O Corinthians não lhe ficou atrás e, para piorar, ainda tomou um gol ridículo, graças à falha, rara, diga-se, de Júlio César, que saiu jogando miseravelmente mal e deu o 1 a 0 de presente ao Esmeraldino, aos 19, com Felipe Amorim.
Dentinho ainda empatou, 10 minutos depois, e Elias jogou fora a virada de maneira espetacular.
E o Cruzeiro limitou-se a criar duas chances de gol, uma salva brilhantemente pelo goleiro Bruno, em cabeçada de Henrique.
Se nem Goiás nem Palmeiras faziam questão de atrapalhar as vidas de Corinthians e Cruzeiro, diferentemente do Guarani em relação ao Fluminense, também não tinham por que facilitá-las.
E os segundos tempos começaram.
O do Rio cinco minutos depois dos jogos em Goiânia e Sete Lagoas.
Aos 9, como o Corinthians não atava nem desatava, Tite tirou Ralf e pôs Jorge Henrique.
Pior aconteceu em Minas, onde Rivaldo fez 1 a 0 para o Palmeiras, logo depois de Bruno ter salvo falta batida por Montillo.
Que coisa!
E o Goiás ainda perdeu gol certo.
O Fluminense, ao menos, voltou melhor e, aos 11, Muricy Ramalho pôs Washington no lugar de Júlio César.
E Henrique empatou para o Cruzeiro.
O Goiás, acredite, era mais perigoso que o Corinthians.
E, aos 16, Emerson, enfim, fez o gol do bicampeonato tricolor, em jogada de Carlinhos pela direita, desviada por Washignton, e tocada pelo Sheik entre as pernas do goleiro: 1 a 0.
Era justo pelo segundo tempo, era justo pelo campeonato.
Uma hora e um minuto de sofrimento depois, o Flu sentia o gosto da faixa que provara 26 anos atrás.
Curiosamente, os que tinham os jogos mais fáceis, empatavam.
E só o Flu vencia.
Fred saiu e deu a tarja de capitão ao comandante do título, o argentino Conca.
Fernando Bob entrou.
Agora era só deixar o tempo passar e, quem sabe, arrumar uma bola para Washington marcar.
Já o Corinthians jogava tão mal que Júlio César tinha chances para se reabilitar do gol que criou.
Por paradoxal que pareça, o castigo que os corintianos mereciam não seria nem o segundo gol goiano, mas o gol de empate do Guarani.
Mas o Fluminense não merecia, eis a questão e administrava sem dramas a vantagem que precisava.
Aos 38, Ronaldo, que tinha dado dois passes para gols desperdiçados por seus companheiros, carimbou a trave esmeraldina.
Rodriguinho substituiu Emerson no Flu, mais um guerreiro na festa.
O Cruzeiro, ao menos, virou, com Wallyson, fez 2 a 1 e conquistou o vice-campeonato.
O Corinthians se despediu melancolicamente: 1 a 1.
E o Flu, ao contrário, gloriosamente.
Bicampeão brasileiro de futebol!!
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