Considerações quase finais sobre ontem no Brasileirão
O Fluminense deve ser bicampeão brasileiro e com toda justiça, time que mais tempo liderou o campeonato.
E que perdeu jogadores essenciais por bom tempo e mesmo assim se manteve no topo.
E que tem um grande treinador, capaz de extrair de Conca o máximo e de fazer de Ricardo Berna uma figura decisiva para a caminhada.
Foi prejudicado e auxiliado por arbitragens na mesma medida, assim como teve a sorte de pegar os reservas do Inter que decidiria a Libertadores e o entorpecido São Paulo, assim como enfrentará os reservas do Palmeiras.
Expediente que está longe de ser ético, mas que virou padrão no patropi, um país em que torcedor vai a campo torcer contra o próprio time e depois se queixa dos políticos que ele mesmo elege, sua alma e sua palma.
Mas sem sorte, como diria o tricolor Nelson Rodrigues, não se chupa nem um picolé, porque cai no pé.
E outros times também viveram situações semelhantes.
O Corinthians não tem do que reclamar, a não ser de si mesmo, da má partida no Barradão e, principalmente, da perda de seis pontos para o Atlético Goianiense, de quem tomou quatro gols em pleno Pacaembu.
Que reclame de seu presidente, que viu caladinho a CBF de seus amigos tirar Elias e Jucilei numa semana decisiva e levá-los para o Qatar.
E que não reclame do São Paulo porque fez igual no ano passado.
A encenação, aliás, foi do mesmo quilate, até com a teatral expulsão de Mano Menezes, ainda no primeiro tempo, "indignado" com a arbitragem, como Chicão, expulso depois.
Agora é o São Paulo que anuncia desinteresse em renovar com Richarlyson, por saber que ele irá ou para o próprio Fluminense ou para o Palmeiras.
Porque aposta que ainda consegue enganar aqueles que seguem a linha do me engana que eu gosto…
Tudo uma bela vergonha.
E aos que imaginam que entregadas só acontecem em pontos corridos, um lembrete: a Alemanha Ocidental entregou para a Oriental na Copa do Mundo de 1974, assim como Peru entregou para a Argentina, em 1978, e, imagine!, chutando bola na trave quando estava 0 a 0, para depois tomar meia dúzia e dar o saldo, com folgas, que os argentinos precisavam.
Nosso time de vôlei também entregou para os búlgaros e não foi em pontos corridos.
Se ontem fosse a rodada para classificar os finalistas do Brasileirão em mata-mata, poderia acontecer a mesma coisa para deixar um rival de fora.
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