E não param de 'perseguir' o profexô...
Do jornal "Hoje em Dia", de Belo Horizonte, desta terça-feira.
Por GLÁUCIO CASTRO
A péssima campanha do time no Campeonato Brasileiro, no qual a expectativa de briga pelo título foi substituída por uma dolorosa batalha contra o rebaixamento, não é a única preocupação da diretoria do Atlético.
Uma somatória de fatores, entre eles o baixo rendimento do time do técnico Vanderlei Luxemburgo, vão provocar um rombo de cerca de R$ 25 milhões no orçamento previsto no final do ano passado.
Em novembro, o presidente Alexandre Kalil anunciava para este ano um orçamento de R$ 100 milhões, segundo ele o maior da história do clube. Mas a pouco mais de três meses do final do ano, a situação é bem diferente da prevista no documento enviado aos conselheiros.
A conta é simples. O Atlético arrecadou menos com a venda de jogadores do que esperava, gastou mais do que tinha previsto em contratações e as rendas com as bilheterias estão muito abaixo do esperado.
E o que já está ruim pode piorar. Se o Atlético não evitar a queda para a Série B, a cota dos direitos de transmissão de TV, que é de R$ 22,75 milhões, cai para a metade.
No orçamento para 2010, a estimava de arrecadação com venda de jogadores era de R$ 20 milhões.
Mas apenas Éder Luís, vendido para o Benfica, de Portugal, por dois milhões de euros (R$ 4,5 milhões), e João Pedro, repassado ao Palermo, da Itália, por 2,5 milhões de euros (R$ 5 milhões) no mês passado, renderam aos cofres do clube.
Para fechar dentro do esperado, o Galo ainda precisara negociar R$ 10,5 milhões em atletas até dezembro, lembrando que a janela europeia já está fechada desde agosto.
Assim como sonhava em vender mais e acabou vendendo menos da metade, o Atlético também tinha expectativa de comprar menos e acabou gastando mais.
Pelo orçamento apresentado ao Conselho Deliberativo em novembro de 2009, a previsão era gastar R$ 1,5 milhão com reforços.
Só Diego Souza, craque do Brasileirão de 2009 e que ainda não mostrou nada no Atlético, custou R$ 6,7 milhões.
Sem informar o valor, o clube investiu também para adquirir parte dos direitos do lateral Diego Macedo e dos atacantes Neto Berola e Ricardo Bueno.
Outra conta que contribui para piorar a parte financeira do Atlético é a arrecadação com as rendas dos jogos.
A diretoria fez a previsão de somar R$ 16.720.000,00 em 32 jogos como mandante na temporada. Com 85% dos jogos disputados até agora, o Atlético só conseguiu arrecadar R$ 4.160.252 líquidos. Restam apenas sete confrontos como mandante pelo Nacional e quatro pela Copa Sul-Americana, caso o Galo chegue à final, para o time alvinegro somar os R$ 12 milhões restantes.
As cifras são praticamente impossíveis de serem atingidas até o fim de 2010. O Atlético teria que arrecadar uma média de R$ 1 milhão daqui para frente cada vez que entrar em campo. Mas, na derrota por 3 a 2 para o São Paulo, no Ipatingão, o clube voltou para casa com apenas R$ 551,72 líquidos no bolso. Contra o Grêmio Prudente, na Arena do Jacaré, o alvinegro ficou com R$ 1.762,41. Já na derrota para o Vitória, também em Sete Lagoas, no fim de semana, o Atlético conseguiu R$ 10.897,72.
Depois de esbravejar e se mostrar irredutível com relação ao preços do ingresso, que custava R$ 40 na Arena do Jacaré, o presidente Alexandre Kalil voltou atrás e passou a entrada para R$ 5, o que fez a receita líquida dos jogos cair consideravelmente.
E Diego Tardelli voltou a afirmar ontem que faltou empenho de alguns jogadores na derrota para o Vitória. "Ali era um momento complicado após o jogo. Me equivoquei de algumas palavras que eu falei, mas não me arrependo do que disse. Faltou sim um pouquinho mais de alguns jogadores, não preciso falar o nome. No momento em que a gente estava ali não poderia faltar vontade. Eu tinha certeza de que a gente ia virar o jogo", explicou.
Alexandre Kalil escapou de ser denunciado no STJD por supostamente estimular agressão da torcida contra os atletas. "Ele disse que foi mal interpretado e decidimos não denunciá-lo", afirmou o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt.
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