Apocalipse coral
Por ROBERTO VIEIRA
Em 2010, ninguém levou tanta gente aos estádios quanto o Santa Cruz.
Nem Corinthians, nem Flamengo, nem o Galo.
Santa Cruz que acaba de ser desclassificado na Série D.
Santa Cruz que se tornou temível na gestão de James Thorpe.
Santa Cruz que brilhou nos pés de Givanildo e Nunes.
Quando os diretores eram tricolores autênticos.
Quando o popular clube do Arruda não era território de negociatas.
Quando o Santa Cruz era sinônimo de organização.
Infelizmente, o futebol é dinâmico.
Nos últimos trinta anos.
O torcedor tricolor gritou 'campeão' seis vezes apenas.
O restante do tempo foi de tristeza e desolação.
Contas de luz atrasadas.
Pratas da casa entregues a própria sorte.
Funcionários de pires na mão.
Nem mesmo a intervenção branca do governo do estado.
Reformando as instalações do estádio José do Rêgo Maciel.
Possibilitou o reerguimento do Terror do Nordeste.
Talvez porque o buraco seja mais embaixo.
Talvez porque torcida não ganha jogo.
Porque, definitivamente, pra quem conhece a torcida tricolor.
Se torcida ganhasse jogo, não tinha pra ninguém.
Mas as torcidas entregam seu bem mais precioso na mão dos populistas.
Dos cartolas que prometem conquistas.
Esquecendo de esclarecer.
Que as conquistas são para seu próprio bolso…
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/