A Holanda espera a Alemanha. Ou a Espanha
O Uruguai começou melhor que a Holanda, que invariavelmente começa mal seus jogos.
Mas o capitão Bronckhorst acertou um pelotaço de fora da área, o quinto holandês nesta Copa de fora da área, e o jogo mudou, logo aos 17 minutos.
Sem Lugano e sem Suarez, não dava mais para o Uruguai.
Que resolveu bater, impaciente, impotente diante do maior poderio laranja.
Apenas um erro de saída de bola de Sneijder suscitou algum perigo para o goleiro holandês.
O jogo foi ficando frio, gelado, gelou.
E chato.
Mais, só as vuvuzelas.
Foi aí que Diego Forlan, sempre ele, resolveu esquentar as coisas.
Ele recebeu na intermediária, virou o corpo, ajeitou a bola para o seu pé esquerdo e soltou a bomba, como no gol holandês.
A bola viajou cheia de veneno, até o meio do gol, pelo alto, porque essa bola é essa bola: 1 a 1!
Pronto, aos 40, tínhamos jogo de novo.
Os uruguaios são gente muito séria.
E o primeiro tempo acabou.
Estava de muito bom tamanho para o técnico Oscar Tabarez.
E uma faixa celeste anunciava, com orgulho: "Y digan lo que digan, nadie nos va a voltear"
Cá entre nós, difícil explicar como a Seleção perdeu para esta Holanda.
Que logo no começo do segundo tempo, não fosse, de novo, o capitão Bronckhorst que tirou uma bola na linha fatal, teria tomado a virada uruguaia.
O Uruguai começou a marcar a saída de bola laranja, coisa que não fizeraa não ser no fim do primeiro tempo.
O jogo estava melhor.
Para o Uruguai.
E os holandeses agora é que davam a sensação de nervosismo, como se não esperassem que o jogo pudesse se complicar como, de fato, se complicara.
Mas conseguem pressionar por uns três minutos seguidos a cidadela uruguaia, que resistiu.
O volante Gargano se desdobrava.
Era um, mas parecia cinco, o número de sua camisa celeste, igual a do Napoli, que defende na Itália,
E Robben perdeu gol feito, no rebote do goleiro Muslera, aos 23.
Mas, em seguida, mais com sorte que com arte, Sneijder desempatou, num chute desviado por dois uruguaios.
O carequinha que lembra Zidane e que ganhou o gol contra de Felipe Melo, empatava com Villa na artilharia da Copa, cada um com cinco gols.
A vida voltava a ficar dura, duríssima, para os orientais.
E ficou impossível, aos 28, quando Robben fez de cabeça o terceiro gol.
De novo, no segundo tempo, o time holandês liquidava um sul-americano.
Sul-americano bravo, que não desistiu e ainda diminuiu, em jogada ensaiada, com Maximiliano Pereira, aos 90.
Bravíssimo Uruguai!
Agora a Holanda espera a Alemanha para refazer a final de 1974.
Ou a Espanha, para que o clube dos ganhadores de Copa tenha um oitavo membro.
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