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Blog do Juca Kfouri

A Holanda espera a Alemanha. Ou a Espanha

juca kfouri

06/07/2010 17h23

O Uruguai começou melhor que a Holanda, que invariavelmente começa mal seus jogos.

Mas o capitão Bronckhorst acertou um pelotaço de fora da área, o quinto holandês nesta Copa de fora da área, e o jogo mudou, logo aos 17 minutos.

Sem Lugano e sem Suarez, não dava mais para o Uruguai.

Que resolveu bater, impaciente, impotente diante do maior poderio laranja.

Apenas um erro de saída de bola de Sneijder suscitou algum perigo para o goleiro holandês.

O jogo foi ficando frio, gelado, gelou.

E chato.

Mais, só as vuvuzelas.

Foi aí que Diego Forlan, sempre ele, resolveu esquentar as coisas.

Ele recebeu na intermediária, virou o corpo, ajeitou a bola para o seu pé esquerdo e soltou a bomba, como no gol holandês.

A bola viajou cheia de veneno, até o meio do gol, pelo alto, porque essa bola é essa bola: 1 a 1!

Pronto, aos 40, tínhamos jogo de novo.

Os uruguaios são gente muito séria.

E o primeiro tempo acabou.

Estava de muito bom tamanho para o técnico Oscar Tabarez.

E uma faixa celeste anunciava, com orgulho: "Y digan lo que digan, nadie nos va a voltear"

Cá entre nós, difícil explicar como a Seleção perdeu para esta Holanda.

Que logo no começo do segundo tempo, não fosse, de novo, o capitão Bronckhorst que tirou uma bola na linha fatal, teria tomado a virada uruguaia.

O Uruguai começou a marcar a saída de bola laranja, coisa que não fizeraa não ser  no fim do primeiro tempo.

O jogo estava melhor.

Para o Uruguai.

E os holandeses agora é que davam a sensação de nervosismo, como se não esperassem que o jogo pudesse se complicar como, de fato, se complicara.

Mas conseguem pressionar por uns três minutos seguidos a cidadela uruguaia, que resistiu.

O volante Gargano se desdobrava.

Era um, mas parecia cinco, o número de sua camisa celeste, igual a do Napoli, que defende na Itália,

E Robben perdeu gol feito, no rebote do goleiro Muslera, aos 23.

Mas, em seguida, mais com sorte que com arte, Sneijder desempatou, num chute desviado por dois uruguaios.

O carequinha que lembra Zidane e que ganhou o gol contra de Felipe Melo, empatava com Villa na artilharia da Copa, cada um com cinco gols.

A vida voltava a ficar dura, duríssima, para os orientais.

E ficou impossível, aos 28, quando Robben fez de cabeça o terceiro gol.

De novo, no segundo tempo, o time holandês liquidava um sul-americano.

Sul-americano bravo, que não desistiu e ainda diminuiu, em jogada ensaiada, com Maximiliano Pereira, aos 90.

Bravíssimo Uruguai!

Agora a Holanda espera a Alemanha para refazer a final de 1974.

Ou a Espanha, para que o clube dos ganhadores de Copa tenha um oitavo membro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/