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Blog do Juca Kfouri

A Copa do Mundo terá um campeão inédito

juca kfouri

07/07/2010 17h20

Espanha tocou bola, tocou bola, mais de lado que para frente, teve o domínio, pareceu exercer com autoridade a sua maior experiência, mas não levou maior perigo ao gol alemão, a não ser numa cabeçada de Puyol.

Já a Alemanha, estranhamente, embora até tenha obrigado o goleiro espanhol a fazer duas boas defesas, parece ter sentido a importância do jogo e atuou muito mais cautelosamente do que vinha fazendo.

Mas pode reclamar de um pênalti cometido sobre Ozil, no fim do primeiro tempo, quando o atacante foi atropelado por Sérgio Ramos.

O segundo tempo começou sem mexidas e com Pedro, que ocupou o lugar que era de Fernando Torres, fazendo uma festa pela direita logo no primeiro ataque espanhol.

A Espanha voltou mais agressiva e a Alemanha marcando muito atrás, fora do seu estilo nos outros jogos da Copa.

Xabi Alonso quase marcou de fora da área.

Durban via um jogo equilibrado e viu Jansen substituir Boateng logo aos 7.

Villa, que andava sumido, também quase faz de fora.

A Espanha parece próxima do gol e até o merece, mas alguma coisa me diz que a Alemanha é que fará 1 a 0.

Minha intuição quase vai para o vinagre nem bem a anunciei, porque Pedro, por duas vezes, e Iniesta, uma, numa blitz espanhola, estiveram muito perto de abrir o placar.

Já com 15 minutos, o segundo tempo era inteiramente espanhol.

Kroos substituiu Trochowski.

E não é que Kroos, aos 23, quase faz, não fosse uma senhora defesa de Casillas?

Mas a Espanha continuava melhor e o menino Pedro jogava como um veterano.

Finalmente, aos 27, a cabeçada que Puyol perdeu no primeiro tempo ele acertou no segundo, sem que o goleiro alemão pudesse fazer nada: 1 a 0.

A Alemanha terá de sair para tentar o empate e talvez seja tarde, até porque o contra-ataque espanhol costuma ser certeiro.

A Espanha estava perto de sua primeira final de Copa do Mundo.

Mas a Alemanha não desiste nem quando está perdendo por mais, que dirá de apenas 1 a 0.

Khedira sai e entra Mário Gomez na Alemanha.

Villa sai e entra Fernando Torres na Espanha.

Em seguida, infantilmente, Pedro desperdiça um contra-ataque que seria definitivo.

Em seguida, sai, para entrada de Davi Silva.

A Espanha prende a bola, inteligentemente, no ataque e faz linha de passe na área germânica, conseguindo um escanteio atrás do outro e ganhando tempo.

Xabi Alonso sai e entra qualquer um, para ganhar mais tempo.

A Alemanha não consegue a revanche da final da última Eurocopa.

E o clube dos vencedores de Copa do Mundo ganhará um novo sócio, o oitavo, no domingo que vem, no Soccer City, em Joanesburgo.

Com justiça, diga-se.

Espanha ou Holanda?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/