A Copa do Mundo terá um campeão inédito
Espanha tocou bola, tocou bola, mais de lado que para frente, teve o domínio, pareceu exercer com autoridade a sua maior experiência, mas não levou maior perigo ao gol alemão, a não ser numa cabeçada de Puyol.
Já a Alemanha, estranhamente, embora até tenha obrigado o goleiro espanhol a fazer duas boas defesas, parece ter sentido a importância do jogo e atuou muito mais cautelosamente do que vinha fazendo.
Mas pode reclamar de um pênalti cometido sobre Ozil, no fim do primeiro tempo, quando o atacante foi atropelado por Sérgio Ramos.
O segundo tempo começou sem mexidas e com Pedro, que ocupou o lugar que era de Fernando Torres, fazendo uma festa pela direita logo no primeiro ataque espanhol.
A Espanha voltou mais agressiva e a Alemanha marcando muito atrás, fora do seu estilo nos outros jogos da Copa.
Xabi Alonso quase marcou de fora da área.
Durban via um jogo equilibrado e viu Jansen substituir Boateng logo aos 7.
Villa, que andava sumido, também quase faz de fora.
A Espanha parece próxima do gol e até o merece, mas alguma coisa me diz que a Alemanha é que fará 1 a 0.
Minha intuição quase vai para o vinagre nem bem a anunciei, porque Pedro, por duas vezes, e Iniesta, uma, numa blitz espanhola, estiveram muito perto de abrir o placar.
Já com 15 minutos, o segundo tempo era inteiramente espanhol.
Kroos substituiu Trochowski.
E não é que Kroos, aos 23, quase faz, não fosse uma senhora defesa de Casillas?
Mas a Espanha continuava melhor e o menino Pedro jogava como um veterano.
Finalmente, aos 27, a cabeçada que Puyol perdeu no primeiro tempo ele acertou no segundo, sem que o goleiro alemão pudesse fazer nada: 1 a 0.
A Alemanha terá de sair para tentar o empate e talvez seja tarde, até porque o contra-ataque espanhol costuma ser certeiro.
A Espanha estava perto de sua primeira final de Copa do Mundo.
Mas a Alemanha não desiste nem quando está perdendo por mais, que dirá de apenas 1 a 0.
Khedira sai e entra Mário Gomez na Alemanha.
Villa sai e entra Fernando Torres na Espanha.
Em seguida, infantilmente, Pedro desperdiça um contra-ataque que seria definitivo.
Em seguida, sai, para entrada de Davi Silva.
A Espanha prende a bola, inteligentemente, no ataque e faz linha de passe na área germânica, conseguindo um escanteio atrás do outro e ganhando tempo.
Xabi Alonso sai e entra qualquer um, para ganhar mais tempo.
A Alemanha não consegue a revanche da final da última Eurocopa.
E o clube dos vencedores de Copa do Mundo ganhará um novo sócio, o oitavo, no domingo que vem, no Soccer City, em Joanesburgo.
Com justiça, diga-se.
Espanha ou Holanda?
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/