Zebra nas arquibancadas. Zebra em campo
Por RAFAEL BELATTINI
A pintura "zebrada" das arquibancadas do estádio Mbombela, em Nelspruit, inspirou a Nova Zelândia contra a Itália, que, desde 1966, parece adorar o animal.
Logo aos sete minutos do jogo, o simpático animal listrado deu as caras. Elliott cobrou falta para os neozelandeses, Cannavaro falhou depois de um desvio do ataque e Smeltz, em posição irregular, fez 1 a 0.
O gol dos "All Whites", fez com que os italianos fossem com tudo para cima. Mesmo com muito tempo para virar o placar, já dava para perceber que confundiam velocidade com afobação.
Aos 17 minutos Chiellini ficou na cara do goleiro, mas chutou para longe.
Quatro minutos depois, Zambrotta quase acertou o ângulo da meta defendida por Paston em um chute de fora da área.
A Nova Zelândia lutava para segurar o marcador. Fallon levou isso tão a sério que acertou três cotoveladas em jogadores italianos em um curto espaço de tempo.
Mas era muito cedo para ficar apenas segurando o placar.
O empate se aproximava. Aos 26, Montolivo arriscou de longe e acertou a trave.
No minuto seguinte, o árbitro viu um puxão de camisa de Tommy Smith em De Rossi e marcou pênalti. Aos 28, Iaquinta bateu tirando totalmente do goleiro e empatou para a Itália.
Com o 1 a 1, era esperado que a lógica voltasse para o campo. Mas a Itália não jogava bem. Dominava a partida pela diferença de qualidade individual, mas a criação era fraca.
Para o segundo tempo, Marcello Lippi colocou Camoranesi no lugar de Pepe e Di Natale no lugar do mais do que apagado Gilardino.
Ninguém discutia a superioridade da Itália sobre a Nova Zelândia. O que não era nenhuma surpresa.
Mas os italianos jogavam errado, facilitando a marcação do time da Oceania.
Lippi gastou sua última substituição tirando Marchisio para colocar Pazzini, que não entrou bem.
Aos 17 minutos, quem assustou foi a Nova Zelândia. Após cobrança de escanteio a bola sobra para Vicelich, que chutou de primeira e assustou Marchetti.
A Itália quase marcou aos 24. Mais uma vez Montolivo chutou muito bem de fora da área. Dessa vez, Paston se esticou e fez grande defesa.
As chances italianas surgiam quando o time impunha velocidade com toques rápidos. Mas os jogadores insistiam em cruzar bolas na área e, assim, consagravam o goleiro Paston.
A torcida da velha bota ainda levou um grande susto aos 37 minutos, quando Wood fintou Cannavaro e chutou rente à trave.
A última chance de vitória veio em mais uma tentativa de longe. Camoranesi obrigou o goleiro neozelandês a fazer mais uma boa defesa aos 43 minutos.
O empate em 1 a 1 gera uma complicação que os torcedores italianos não imaginavam para se classificar. Além de precisarem de um bom placar contra a Eslováquia, ainda correm grande risco de ficar com a segunda vaga do grupo, encarando a Holanda já nas oitavas.
Já o time da Nova Zelândia comemora o feito. Seu segundo ponto conquistado em Copas do Mundo veio contra ninguém menos que a tetra-campeã Itália.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/