Itália 1, Paraguai 1. Como um Gre-Nal
Alcaraz lembra Alcatraz, mas o zagueiro paraguaio joga no Bruges, da Bélgica, numa das cidades mais perfeitas do mundo para namorar.
E, quem sabe, ficar preso para o resto da vida.
Mas o gol guarani saiu aos 39 do primeiro tempo, como uma libertação, quando tanto o Paraguai quanto a Itália já poderiam ter marcado.
O jogo era exatamente o que se esperava dele.
Disputado palmo a palmo, interessante, intenso, como se diz hoje em dia.
Uma falha seria fatal e é inegável que, apesar do mérito de Alcaraz ao cabecear a falta batida na frente da área, pela direita, tanto De Rossi quanto o capitão Cannavaro bobearam na marcação.
Com 1 a 0 no placar, o Paraguai prometia voltar ainda mais ligado no segundo tempo, com sua defesa alta e forte.
Tão forte que cansou de espanar as bolas cruzadas em sua área pelos italianos, enquanto eles, numa das poucas bolas que chegaram, tomaram o gol.
Choveu no Green Point, na Cidade do Cabo, durante quase todo o primeiro tempo e o goleiro Buffon, com problemas no nervo ciático (o que controla os membros inferiores), não voltou para o segundo, substituído pelo goleiro do Cagliari, Marchetti, de 27 anos.
Guaranias embalavam a Cidade do Cabo que esperava tarantelas.
Aos 9 minutos, por muito pouco, pela direita, o Paraguai não ampliou.
O jogo não parava e não se diga que acontecia alguma zebra, porque o Paraguai apenas coroava sua boa campanha nas eliminatórias sul-americanas.
E sem Salvador Cabañas!
A Itália, é claro, não se conformava e nem que perdesse não deveria ser tratada como carta fora do baralho, até porque os italianos são mestres em começar mal as Copas e terminá-las como campeões.
Ainda mais que os outros adversários são a Eslováquia e Nova Zelândia…
De tanto insistir, em mais uma bola alçada ma área, agora em escanteio, De Rossi redimiu-se da falha do gol guarani e, na pequena área, aproveitando falha do adversário, empatou: 1 a 1.
Era justo.
Uma tarantela começou a ser ouvida ao longe no litoral africano do sul.
E a camisa tetracampeã mundial começou a ditar o jogo, a falar mais alto.
Enquanto os paraguaios pareciam felizes com o empate, os italianos queriam a vitória.
Mas Roque Santa Cruz veio para o jogo, pelo menos para assustar o rival.
Quer um resumo da ópera?
Um jogo disputado como se fosse um Gre-Nal.
Até já no Linha de Passe.
Vou viajar para o IBC, pertinho do Soccer City, mas a mais de 30 quilômetros do hotel onde estou.
E amanhã sim, que dia!
Estreia a Seleção Brasileira, candidatíssima ao hexacampeonato.
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