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Blog do Juca Kfouri

Itália 1, Paraguai 1. Como um Gre-Nal

juca kfouri

14/06/2010 17h20

Alcaraz lembra Alcatraz, mas o zagueiro paraguaio joga no Bruges, da Bélgica, numa das cidades mais perfeitas do mundo para namorar.

E, quem sabe, ficar preso para o resto da vida.

Mas o gol guarani saiu aos 39 do primeiro tempo, como uma libertação, quando tanto o Paraguai quanto a Itália já poderiam ter marcado.

O jogo era exatamente o que se esperava dele.

Disputado palmo a palmo, interessante, intenso, como se diz hoje em dia.

Uma falha seria fatal e é inegável que, apesar do mérito de Alcaraz ao cabecear a falta batida na frente da área, pela direita, tanto De Rossi quanto o capitão Cannavaro bobearam na marcação.

Com 1 a 0 no placar, o Paraguai prometia voltar ainda mais ligado no segundo tempo, com sua defesa alta e forte.

Tão forte que cansou de espanar as bolas cruzadas em sua área pelos italianos, enquanto eles, numa das poucas  bolas que chegaram, tomaram o gol.

Choveu no Green Point, na Cidade do Cabo, durante quase todo o primeiro tempo e o goleiro Buffon, com problemas no nervo ciático (o que controla os membros inferiores),  não voltou para o segundo, substituído pelo goleiro do Cagliari, Marchetti, de 27 anos.

Guaranias embalavam a Cidade do Cabo que esperava tarantelas.

Aos 9 minutos, por muito pouco, pela direita, o Paraguai não ampliou.

O jogo não parava e não se diga que acontecia alguma zebra, porque o Paraguai apenas coroava sua boa campanha nas eliminatórias sul-americanas.

E sem Salvador Cabañas!

A Itália, é claro, não se conformava e nem que perdesse não deveria ser tratada como carta fora do baralho, até porque os italianos são mestres em começar mal as Copas e terminá-las como campeões.

Ainda mais que os outros adversários são a Eslováquia e Nova Zelândia…

De tanto insistir, em mais uma bola alçada ma área, agora em escanteio, De Rossi redimiu-se da falha do gol guarani e, na pequena área, aproveitando falha do adversário, empatou: 1 a 1.

Era justo.

Uma tarantela começou a ser ouvida ao longe no litoral africano do sul.

E a camisa tetracampeã mundial começou a ditar o jogo, a falar mais alto.

Enquanto os paraguaios pareciam felizes com o empate, os italianos queriam a vitória.

Mas Roque Santa Cruz veio para o jogo, pelo menos para assustar o rival.

Quer um resumo da ópera?

Um jogo disputado como se fosse um Gre-Nal.

Até já no Linha de Passe.

Vou viajar para o IBC, pertinho do Soccer City, mas a mais de 30 quilômetros  do hotel onde estou.

E amanhã sim, que dia!

Estreia a Seleção Brasileira, candidatíssima ao hexacampeonato.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/