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Blog do Juca Kfouri

Calor, umidade e gols

juca kfouri

07/06/2010 14h01

A Seleção Brasileira não tinha nada o que fazer na Tanzânia.

Saiu de 1.700 metros de altitude para jogar ao nível do mar.

Trocou o clima da Copa, frio e seco, por um calor de 32 graus e muita umidade.

Como se saísse de Campos de Jordão e fosse para Manaus.

Isso tudo, a uma semana de estrear na Copa, convenhamos, é de uma imprudência sem par.

A possibilidade de alguém se gripar é enorme, para não falar da malária que assola a cidade Dar es Salaam, onde o jogo, a preços extorsivos, foi disputado num estádio meio vazio.

Sim, a CBF ficou R$ 4 milhões mais rica.

A Tanzânia era só entusiasmo e pintava e bordava nos erros de Felipe Melo, mas, como sempre tem um mas, na primeira bobeada, Robinho fez 1 a 0, com 10 minutos de jogo.

Verdade que o lance nasceu de uma matada de bola com o braço do santista e, no bate-rebate, Kaká deu na medida para o gol brasileiro.

A Seleção tentava treinar e a Tanzânia tentava jogar.

Na verdade verdadeira, nenhum dos dois atingia seu objetivo.

E a saída de bola do meio de campo brasileiro não saía.

E quem ligava?

Aos 33, Michel Bastos crzou na área, o zagueiro africano falhou feio e Robinho só cumprimentou para a rede: 2 a 0.

Trabalhar mesmo quem trabalhava era o goleiro Gomes, e bem.

Derrotada pela Ruanda no domingo, a segunda-feira da Tanzânia, com mais da metade do mesmo time em campo, punha a língua para fora ainda antes de terminar o primeiro tempo.

Mas Luís Fabiano e Felipe Melo acharam tempo de fazer duas faltas estúpidas, dessas que ninguém entende.

Kaká participou bastante da primeira metade do treinamento, mas ainda apenas com um dos Ka, faltando o outro.

Como falta o Luís no Fabiano.

Luizão, Gilberto, Josué  e Ramires  entraram depois do intervalo nos lugares de Lúcio, Michel Bastos, Felipe Melo e Gilberto Silva.

Era para melhorar o passe e o treino, porque gente disposta a mostrar serviço.

E com oito minutos, Ramires, que é melhor que os dois que saíram, fez 3 a 0, em bela arrancada.

Daniel Alves entrou no lugar de Elano.

O time ficava cada vez melhor, o que é animador para as opções que Dunga tem.

Aos 30, o goleirinho não cortou o cruzamento de Maicon e Kaká fez 4 a 0, no peito e na raça.

Nilmar entrou no lugar de Luís Fabiano.

E, aos 41, para desolamento de Gomes, a Tanzânia diminuiu: 4 a 1.

Daniel Alves não gostou e pôs a bola na cabeça de Ramires, que fez mais um: 5 a 1.

Que ninguém precise de antigripal, que custa barato,  ao chegar de volta à casa.

Porque pode ficar caro demais.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/