Calor, umidade e gols
A Seleção Brasileira não tinha nada o que fazer na Tanzânia.
Saiu de 1.700 metros de altitude para jogar ao nível do mar.
Trocou o clima da Copa, frio e seco, por um calor de 32 graus e muita umidade.
Como se saísse de Campos de Jordão e fosse para Manaus.
Isso tudo, a uma semana de estrear na Copa, convenhamos, é de uma imprudência sem par.
A possibilidade de alguém se gripar é enorme, para não falar da malária que assola a cidade Dar es Salaam, onde o jogo, a preços extorsivos, foi disputado num estádio meio vazio.
Sim, a CBF ficou R$ 4 milhões mais rica.
A Tanzânia era só entusiasmo e pintava e bordava nos erros de Felipe Melo, mas, como sempre tem um mas, na primeira bobeada, Robinho fez 1 a 0, com 10 minutos de jogo.
Verdade que o lance nasceu de uma matada de bola com o braço do santista e, no bate-rebate, Kaká deu na medida para o gol brasileiro.
A Seleção tentava treinar e a Tanzânia tentava jogar.
Na verdade verdadeira, nenhum dos dois atingia seu objetivo.
E a saída de bola do meio de campo brasileiro não saía.
E quem ligava?
Aos 33, Michel Bastos crzou na área, o zagueiro africano falhou feio e Robinho só cumprimentou para a rede: 2 a 0.
Trabalhar mesmo quem trabalhava era o goleiro Gomes, e bem.
Derrotada pela Ruanda no domingo, a segunda-feira da Tanzânia, com mais da metade do mesmo time em campo, punha a língua para fora ainda antes de terminar o primeiro tempo.
Mas Luís Fabiano e Felipe Melo acharam tempo de fazer duas faltas estúpidas, dessas que ninguém entende.
Kaká participou bastante da primeira metade do treinamento, mas ainda apenas com um dos Ka, faltando o outro.
Como falta o Luís no Fabiano.
Luizão, Gilberto, Josué e Ramires entraram depois do intervalo nos lugares de Lúcio, Michel Bastos, Felipe Melo e Gilberto Silva.
Era para melhorar o passe e o treino, porque gente disposta a mostrar serviço.
E com oito minutos, Ramires, que é melhor que os dois que saíram, fez 3 a 0, em bela arrancada.
Daniel Alves entrou no lugar de Elano.
O time ficava cada vez melhor, o que é animador para as opções que Dunga tem.
Aos 30, o goleirinho não cortou o cruzamento de Maicon e Kaká fez 4 a 0, no peito e na raça.
Nilmar entrou no lugar de Luís Fabiano.
E, aos 41, para desolamento de Gomes, a Tanzânia diminuiu: 4 a 1.
Daniel Alves não gostou e pôs a bola na cabeça de Ramires, que fez mais um: 5 a 1.
Que ninguém precise de antigripal, que custa barato, ao chegar de volta à casa.
Porque pode ficar caro demais.
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