A amarga vitória da Costa do Marfim
Por RAFAEL BELATTINI
Já eliminada, a Coréia do Norte poderia ser o "fiel da balança" para definir se Portugal ou Costa do Marfim seguiria na Copa.
Era inegável que o líder Kim Jong-il, que manda em absolutamente tudo em seu país, preferiria os africanos aos europeus. Então, uma ajuda poderia ser dada.
Perder de goleada novamente não ia mudar nada para os asiáticos, já que a TV local, obviamente, esconderia a informação.(Contra Portugal, o jogo foi transmitido ao vivo até o quarto gol. Então, o sinal foi cortado como se nada tivesse acontecido)
O fato é que a Costa do Marfim talvez não tenha encontrado tanta facilidade para atacar em nenhum outro jogo de sua história.
Os norte-coreanos ficaram todos na defesa, mas isso, nem de longe, foi sinal de dificuldade para os africanos atacarem.
Em nenhum momento da primeira etapa a posse de bola marfinense foi menor que 60%.
Drogba marcou o primeiro gol, aos 11, e a arbitragem anulou corretamente por impedimento.
Três minutos depois, Touré fez 1 a 0 e valeu.
Drogba seguiu tentando e, aos 21, carimbou o travessão. A bola sobrou para Romaric marcar de cabeça. 2 a 0.
Era esperado que, assim como contra Portugal, a Coréia do Norte tomasse um caminhão de gols.
A posse de bola continuou a mesma. O domínio continuou o mesmo. Mas os chutes pioraram muito.
Na primeira etapa os marfinenses tinham chutado 10 bolas no gol e apenas duas para fora.
No segundo tempo acertaram cinco vezes o alvo, e erraram 11 vezes. Fora que os norte-coreanos ainda conseguiram dar quatro chutes na direção certa.
Como em Durban continuava tudo como havia começado, nem mesmo uma sonora goleada ajudaria os africanos.
Porém, poderiam ter, ao menos, feito a parte que lhes cabia. Mas só conseguiram mais um gol, com Kalou, aos 36 minutos.
Fim de jogo e ambas as seleções voltam para casa.
Triste para a África, que continuará tendo apenas Gana como sua representante.
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