Brasil 3, Costa do Marfim 1
Lúcio e Drogba trocam flâmulas,
Quando se enfrentaram na Liga dos Campeões, o brasileiro da Inter botou o marfinense do Chelsea no bolso.
E ele está com o braço direito em condições precárias…
Vamos ver o jogo juntos?
Robinho acaba de deixar de dar uma bola para Luís Fabiano por ter sido fominha. Uma pena.
O Brasil, como a Holanda, já está nas oitavas.
Não faz frio: 11 graus.
E dos 22 jogadores em campo, apenas quatro, Júlio César, Lúcio, Elano e Kaká são brancos.
Mas o jogo está mais para branco, sem brilho.
Nem os aparelhos de TV nem a banda larga do setor em que estou funcionam.
A plaquinha 3G é a salvação.
Por falar em salvação, Drogba quer ser o salvador e manda uma falta nas alturas.
Lúcio dá nele, no braço machucado.
Os africanos jogam melhor.
Mas se expõem, como quer o Dunga.
A torcida brasileira presente em jogos de Copa do Mundo, como sempre, não tem nada a ver com o que estamos acostumados em nossos estádios. Uma frieza.
Maicon cava um escanteio.
Quem sabe?
Robinho pega o rebote de um bate-e-rebate, mas isola a bola.
Com 20 minutos, futebol que é bom, quase nada…
Elano dá boa deixada para Maicon ir à linha de fundo, mas cruzar mal.
Juan é agarrado na área e o árbitro em vez de dar falta prefere chamar a atenção do agarrador e do agarrado. Estranho.
O meio de campo brasileiro não existe e só Maicon joga, mas passa mal a última bola.
Kaká apenas está em campo.
Mas pega uma bola de Robinho e enfia na perfeição para Luís Fabiano desencantar: 1 a 0! Aos 25.
Eis a diferença que o talento faz, que o craque faz: um lance iluminado, um gol.
Drogba cai, mas levanta.
E Lúcio torce o tornozelo. Mas levanta. Levanta, Lúcio!
O árbitro francês mostra amarelo, diante da indignação de Dunga, para o africano que pegou Elano, que não afina.
Drogba está em campo, apenas.
Que não faça como Kaká…
O Brasil troca a bola, toca a bola, de lado, por quase dois minutos. Quando lança, Michel Bastos não mata.
O poder ofensivo africano é quase nenhum.
E os brasileiros erram passe após passe na saída de jogo.
Lúcio se manda, como querendo resolver tudo, também na frente.
Os africanos voltam a gostar do jogo porque os sul-americanos dão mole demais.
O 1 a 0 está de bom tamanho, fruto do difícil gol do Fabuloso, que lembrou os tempos da dupla no São Paulo.
Kaká joga com dor, no sacríficio (leia detalhes amanhã, na "Folha de S.Paulo").
E acaba de receber uma bola de Robinho, que se estivesse bem, o faria partir para o gol, em vez de cruzar. E mal.
Com Drogba em campo, a Costa do Marfim joga com 10.
Sorte nossa.
Intervalo.
Recomeça o jogo. Com mais frio, bem mais, embora o termômetro marque 12 graus, um a mais que no primeiro tempo.
A sensação térmica, segundo o "Canal do Tempo", é de 4 graus.
E Luís Fabiano acaba de fazer um gol de Pelé, simplesmente com três chapéus!!! Aos 5. (E com uma matada no braço, admitamos…).
E tinha gente que queria o Grafite…
A torcida brasileira canta o nome do Fabuloso, enfim, recuperado.
E Drogba, de cabeça, por muito pouco, pouco mesmo, não diminuiu aos 8.
A Costa do Marfim é um desespero só.
E a o Brasil se faz de morto, sem jogar bem.
A Costa do Marfim, enfim, tenta, mas só o Brasil é penta…
Este blogueiro, que ontem no "Linha de Passe" da ESPN-Brasil, cravou o 2 a 0 do Paraguai, cravou também 2 a 0 para o Brasil, coisa que Kaká quase acacaba de estragar (o blogueiro cravou também 2 a 0 para a Itália…).
E Kaká estragou mesmo, ao passar da linha de fundo para Elano fazer 3 a 0, aos 17.
Ficou fácil.
Mais fácil do que será para Portugal amanhã, contra a Coreia do Norte.
O Brasil, como a Holanda, já está nas oitavas.
Imagine quando começar a jogar bem, como acontece sempre, na evolução dos torneios que disputa.
Elano, um gol em cada jogo, sai de maca, depois de uma divida feia.
Daniel Alves entra aos 21.
Michel Bastos leva uma entrada criminosa.
Os marfinenses apelam.
Coisa feia.
Mais de 84 mil pagantes no Soccer City, numa noite sem sofrimento nem no gramado nem nas tribunas, com frio suportabilíssimo.
Drogba deixa sua marca, em posição legal, de cabeça, nas costas de Felipe Melo, aos 34: 3 a 1.
OK, ele merece. E não muda nada.
Kaká está em campo há 85 minutos. E foi decisivo. Levou um cartão amarelo que o juiz deu sem ver o que ele fez. E levou o vermelho em seguida, porque deixou o cotovelo no peito do adversário, sem precisar, embora este tenha fingido que foi no rosto. Uma lástima. Principalmente para quem precisa de ritmo de jogo.
Se a Alemanha fez 4 a 0 na Austrália, o Brasil fez 3 a na Costa do Marfim, muito mais forte. E mais violenta.
E a Alemanha já perdeu.
Diego Maradona foi dormir preocupado.
Ramires entrou em lugar de Robinho.
Notas:
Júlio César, trabalhou sempre bem, 7,5;
Maicon, bem como sempre, 7,5;
Lúcio e Juan, gêmeos nos bons serviços, 7:
Michel Bastos foi discreto no apoio e não marcou bem, 5,5;
Gilberto Silva e Felipe Melo como sempre, cumpridores, 6;
Elano está com estrela, apesar da contusão, 7,5;
Kaká, deu dois gols, quase fez um, imagine se estivesse sem dor, 8;
Luís Fabiano, dois gols, um com três chapéus (que anula um braço…), 8;
Robinho, discreto, 6; Ramires, sem nota.
Daniel Alves, tem de jogar sempre, em qualquer lugar, mas não entrou bem: 6;
Dunga está mais feliz que pinto no lixo. Está nas oitavas, 7,5.
Sobre o Autor
Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/