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Blog do Juca Kfouri

Santos com a taça na mão

juca kfouri

11/04/2010 17h56

O São Paulo jogava em casa como dono da casa.

E o Santos parecia nervoso, a ponto de Ganso errar um calcanhar fácil logo de cara.

Implacável na marcação, o tricolor não dava espaço para a criação.

E assim foi até os 25 minutos, quando Júnior César foi desarmado por Robinho, que achou Neymar, que deu para Léo cruzar e o próprio Júnior César chutar contra o próprio gol.

Aí, a coisa mudou.

O Santos passou a controlar melhor os nervos e o jogo.

Até que, aos 33, o árbitro expulsou Marlos por falta normal em Robinho.

Impossível não imaginar que, a exemplo de outros jogos quando o Santos ficou em vantagem numérica, viria mais uma goleada.

Ainda mais que, aos 40, Neymar enfiou uma bola rara para André fazer 2 a 0.

O São Paulo começou o segundo tempo na pressão e com Cicinho no lugar de Washington.

Por pouco, logo aos 2 minutos, Robinho não definiu a parada e ensaiou a goleada, ao chutar na rede pelo lado de fora um gol que Neymar lhe propiciara.

Foi o que bastou para deixar o São Paulo vivo e para que, cinco minutos depois, o time ressuscitasse, com Hernanes, ao fazer pelo gol de fora da área.

O Morumbi pegou fogo.

Que Robinho quase apagou, ao mandar um petardo que raspou no travessão.

O São Paulo tentava uma reação heróica, ao jogar com estoicismo.

Esforço que Dagoberto coroou de cabeça, aos 22, em cruzamento de Cicinho.

Pará entrou no lugar de André.

Os meninos santistas pagavam por terem subido no salto alto, como já acontecera quando derrotavam o Corinthians e quase sofreram o empate e contra o Palmeiras, quando perderam depois de estar na frente.

O jogo que eles supunham decidido, agora tinha três cores.

Hernanes era um leão, jogava por dois.

E apenas 35 mil torcedores viam um belo jogo no Morumbi.

Aos 33, Madson entrou no lugar de Neymar e Zé Eduardo substituiu Marquinhos.

Nem bem entrou e Madson quase levou Miranda a fazer novo gol contra.

Jorge Wagner saiu para a entrada de Fernandinho, aos 35.

O São Paulo queria a vitória, embora com um a menos.

E embora o Santos pudesse jogar por dois empates, também queria, porque sabia que o resultado suscitaria críticas.

E Zé Eduardo perdeu um gol debaixo do travessão, em bola cruzada por Ganso.

Aos 41, Marcelinho Paraíba entrou no lugar de Dagoberto.

O Santos, no mínimo, jogava fora a chance de comemorar já o seu 18o. título estadual.

Mas, aos  44, Madson bateu falta pela direita, Rogério Ceni não cortou, e Durval, que sofrera a falta de Miranda,  fez de cabeça o gol do título.

Lembre-se que, na Vila, o São Paulo deverá se poupar porque jogará na outra quarta-feira com o Once Caldas.

São Paulo que outra vez reagiu, como contra o Corinthians, e perdeu no fim.

Com 1350 palpites, 40% acertaram com o Santos, contra 55% que apostaram no São Paulo e 5% no empate.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Sobre o Autor

Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de 1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a 1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002. Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999 e foi colaborador da ESPN-Brasil entre 2005 e 2019. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde ficou até voltar, em 2005, para a Folha, onde permanece com sua coluna três vezes por semana. Apresenta, também, o programa Entre Vistas, na TVT, desde janeiro de 2018.

Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/