Que punição merece o Coritiba?
A direção do Coritiba teme que o clube vire bode-expiatório para a insolúvel, por incompetência dos governos, do ministério do Esporte, do Ministério Público, da Polícia, questão da violência nos estádios.
E teme com razão, porque o clube paranaense não tem a força que têm os clubes do eixo Minas-Rio-São Paulo-Rio Grande do Sul.
Mas o fato é que alguém tem de ser o primeiro a ser dado como exemplo.
E a barbárie de domingo no Couto Pereira justifica que seja o clube mandante do jogo e responsável pelo estádio.
Até porque, só agora, a direção coxa anuncia que rompeu com os membros da torcida uniformizada que causou o inferno verde que lá se viu, a tal Império Alviverde, império do mal, da covardia.
E quem brinca com fogo sai chamuscado.
É verdade que praticamente todos os cartolas têm o mesmo comportamento, reféns da intimidação que esta gente é capaz de despertar.
Mas se a justiça esportiva pode penalizar o Coritiba com no máximo 10 jogos de Couto Pereira interditado, a CBF pode, administrativamente, punir o clube com o rebaixamento para a Série C do Brasileirão, por exemplo.
Seria didático, para dizer o mínimo.
Desde que fizesse o mesmo com um Corinthians, se se repetirem as cenas do Pacaembu quando o time foi eliminado da Libertadores pelo River Plate.
Ou com o Inter, se novamente banheiros químicos forem atirados da arquibancada do Beira-Rio.
E assim por diante.
Que o Coritiba seja o primeiro, jamais o único.
Se bem que se o ministro do Esporte tivesse vergonha na cara já teria, pelo menos, pedido demissão.
Comentário para o Jornal da CBN desta quarta-feira, 9 de dezembro de 2009.
http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/juca-kfouri/JUCA-KFOURI.htm
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Colunas na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/