A solução menos pior
Tudo indica que os 11 jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho serão anulados e repetidos.
Não é a solução ideal.
Até porque não existe solução ideal para tamanha lambança.
Apenas, talvez, soluções menos piores. Como a anulação e repetição.
O fato é que não se pode acreditar em ninguém dos envolvidos e solução mesmo seria uma limpeza geral, de cima para baixo.
A palavra de Carvalho não vale nada.
Ele negou que seu diploma fosse falso dois anos atrás. E era.
Ele disse, ao ser preso, que tinha sido ameaçado. Não tinha.
Ora ele diz ter operado um jogo, ora outro.
Seu chefe, Armando Marques, marcado para cair, não foi solução para a queda de Ivens Mendes e também foge da verdade.
Alega que não foi ele quem nomeou Carvalho para a Fifa. Mas foi.
E o chefão, Ricardo Teixeira, jura que é contra quaisquer viradas de mesa. Mas notabilizou-se por virá-las.
Como prometeu não ser candidato à reeleição. E foi.
E se reelegeu, é claro.
O melhor Campeonato Brasileiro dos últimos tempos está irremediavelmente comprometido.
Com a anulação dos jogos o Corinthians assume a liderança.
Mantém seus 50 pontos.
E terá seis para recuperar, diante de Santos e São Paulo.
Mas, segundo Carvalho, o Corinthians perdeu dois jogos que foram armados para que vencesse.
Pode ser outra mentira, é óbvio. Pode até nem ter havido esquema para tais partidas.
Já o Inter fica momentaneamente sem três pontos ganhos contra o Coritiba. E cai para 48.
Ao passo que o Flu perde três que ganhou contra o Brasiliense e ganha a chance de recuperar outros três que perdeu para o Juventude.
Fica com 47.
No rebolo a situação não é menos complicada.
De tudo, duas conclusões: 1. Sem uma limpeza geral um novo escândalo será apenas questão de tempo;
2. Há que se cumprir, ao menos, os ritos legais.
Sem julgamentos antecipados.
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